31.3.10

Meus hábitos de leitor

Não, eu não leio assim!

Há um tempo atrás, o Alessandro Martins publicou em seu blog uma lista dos seus hábitos de leitor. Como eu gostei da idéia, resolvi escrever os meus também e peguei carona no post dele!


• Eu amo livros e tenho orgulho disso! Amo os livros que eu tenho, os que não tenho e os que ainda vou ter. Quero criar meus futuros filhos como minha mãe me criou: incentivando a leitura desde pequeno.

• Leio mais de um livro ao mesmo tempo. Geralmente leio um ou dois livros e um ebook. Prefiro os livros, mas não tenho problemas em ler no computador.

• Cuido muito bem dos livros que me emprestam ou que pego em bibliotecas. Não amasso, não rasuro, não rasgo e não dobro. Trato como gostaria que tratassem os meus, se fosse o contrário.

• Adoro marcadores de livros! Coleciono alguns e sempre aceito outros de presente de muito bom grado =D

• Eu tenho muito ciúme dos meus livros e não gosto de emprestá-los.  Fico doente de ódio quando não me devolvem, quando demoram a devolver e quase mato se o livro voltar danificado. Já parei de falar com pessoas por conta disso, então pra evitar essas situações, evito emprestar. Sou egoísta! Ponto.

• Às vezes compro uma edição nova de um livro que eu já tenho. Principalmente se o meu estiver velhinho (aí troco o velho por algum outro).

• Não pratico desapego com meus livros. Nunca faço doações com eles.

• Tenho orgulho da minha estante repleta de livros e adoro organiza-la, re-organiza-la e etc...

• Quando o prefácio já não é o início da história, só leio ele quando termino o livro. Assim como os agradecimentos e informações adicionais.

• Tenho mais livros que espaço pra eles e quero sempre comprar mais. Não me controlo com a compra de livros (e acho que é um consumismo, ao menos mais saudável).

• Acho estranho quando vou na casa de alguém e não vejo livros.

• Não gosto de leituras do tipo Harry Potter, Senhor dos Anéis, Crepúsculo, e histórias de vampirinhos ou outros bichinhos do mal.

• Às vezes insisto muito numa leitura. Outras vezes releio livros que abandonei há tempos. Só abandono de vez depois de algumas tentativas.

• Costumo reler livros que eu tenha gostado.

• Gosto de dar livros de presente, mas apenas quando conheço o gosto da pessoa.

• Sempre que pego um livro, dou uma olhada na sinopse, no prefácio, nas orelhas e passo os olhos pelo primeiro capítulo. Assim decido se compro ou de baixo o ebook.

• Em livrarias, fico injuriada quando pego um livro lacrado.

• Resenhas e críticas desfavoráveis não me fazem desistir de um livro. Prezo a minha opinião.

• Às vezes compro livros pela capa. Até hoje não comprei um de que me arrependesse.

• Já troquei livros que ganhei e não gostei.

• Adoro bibliotecas mas raramente vou nas da minha cidade, porque são todas longe da minha casa. Também adoro livrarias e queria ter uma!

• Gosto de ler na minha cama, antes de dormir ou de tarde quando quero relaxar. Às vezes leio em voz alta pra compreender melhor o que está escrito.

• Leio em público. Sempre leio no ônibus (nunca tive dor de cabeça), no trem, no metrô, enquanto espero alguém...

• Odeio papagaios de pirata que ficam lendo por cima dos meus ombros.

• Tenho prazer em folhear livros e sentir seu cheiro.

• Adoro ler livros infantis e infanto-juvenis. Também gosto de ler peças de teatro. Raramente leio livros de poesias.

• Às vezes, com sono, leio sem me concentrar e percebo que não entendi nada. Aí volto com a leitura uma, duas e até três páginas antes.

• Não consigo ler com música de fundo. Ou leio ou escuto música. Se tento fazer os dois, me pego lendo superficialmente e/ou cantando a música.

• Não marco ou rabisco meus livros. Tenho um "diário de leitura" onde anoto coisas que eu queira guardar ou registrar.

• Tenho vontade de bater quando vejo alguém dobrando, rasgando ou estragando um livro.

• Chorei com uma amiga minha que perdeu as caixas de livros na mudança/obra da casa.

• Gosto de conversar sobre livros. Gosto de encontros literários, leituras em grupo, leituras dramatizadas e encontros de leitores. Lamento que o grupo de leitura que eu participava tenha acabado e hoje em dia participo de um por email =)



Aposto que você se identificou com alguns dos meus hábitos.
Quer conversar sobre isso? 

27.3.10

Eu odeio gente burra

É o apocalipse! Fujam pras montanhas!


O mundo vai acabar por algum erro de cálculo. Ou então pela nossa estupidez mesmo.
Certas coisas que eu vejo acontecendo por ai, só servem pra me fazer pensar que estamos mesmo próximos do fim.

E talvez o processo para o fim, o armagedom, o apocalipse - ou como prefiram chamar - já tenha começado há tempos. É só parar pra pensar um pouco. São catástrofes e mais catástrofes, uma atrás da outra, uma pior que a outra.
São enchentes, deslizamentos, terremotos, milhões de pessoas morrendo, milhões matando.
Crimes cada vez mais bárbaros. Crianças matando outras crianças, pais abusando dos filhos como se fosse algo corriqueiro, abuso de poder das autoridades e eu nem vou falar dos políticos porque é muito pleonasmo chamar a politicagem de corrupta. Tenho medo de assistir ao notíciário, algo me diz que é um trailler de terror que Hollywood deixou escapar.
Tem alguma coisa muito errada com o mundo e nada me tira da cabeça que são as pessoas!

Os ambientalistas diriam que a natureza está apenas dando o troco. Concordo! Ou você acha que a lei da ação e reação é mera teoria? Horas, se você joga seu lixo em qualquer lugar, como pode querer reclamar quando os bueiros entopem e a enchente alaga a sua casa? Você perde tudo e ninguém vai pagar o seu prejuízo porque a culpa também é sua. Então você pode vir me dizer que foi um deslizamento que derrubou a sua casa e matou sua família. Ok, porque você foi desmatar o morro? E se não foi você que desmatou, porque construiu em local de risco?
Esse é um assunto polêmico, que envolve um monte de outras questões e nos quais eu não vou me aprofundar pra não arrumar problemas. Mas eu realmente acho que esses problemas seriam bem menores se as pessoas não construíssem suas casas em morros, encostas, áreas de proteção ambiental, se embrenhando mata adentro e desmatando sem pudores tudo a sua volta.
Eu só acho que é tudo conseqüência!

Hoje passou uma reportagem (repetida) sobre a sujeira nas praias. Vou falar de Ipanema, que é onde eu costumo ir com mais freqüência. A noite inteira, os tratores da Conlurb (Cia de Limpeza Urbana) trabalham na areia limpando a sujeira deixada durante o dia. Quando está amanhecendo, os garis colocam latões de lixo intercalados por curtas distâncias um do outro. Fora isso, também existem lixeiras pelo calçadão. E aí o que você vê? As pessoas podem estar do lado (e eu já vi isso) da lixeira, que vão escolher o chão pra jogar seu saquinho de biscoito, sua latinha de cerveja / refrigerante, garrafa de água, coco, embalagem vazia de bronzeador e todo tipo de porcaria. Ê porcaria! Alô, falta de educação? Fora os playboyzinhos que trazem seus rottivailles, pitbuls e labradores pra passear na areia, quase sempre vizinhos da mocinha sem nada na cabeça que chega em seguida com seu poodle. Como não tem uma fiscalização específica para cachorro na praia, o povinho sem noção ignora ou finge não saber que é lei estadual a proibição de cachorro na praia.
"Mas eu vejo que todo mundo faz, então eu também faço" - responderia qualquer um deles.
Claro, se o seu vizinho se jogasse do 20º andar, você faria o mesmo, não é?
O pior é que isso tudo parece um detalhe pequeno quando você pensa nas grandes indústrias derramando todo lixo no mar, uma empresa de grande porte jogando esgoto num rio, navios de petróleo emporcalhando uma baía e etc, etc...
O problema com esse mundo são as pessoas. É a cabeça das pessoas que precisa mudar!

"Eu olho em volta e ninguém faz, então não faço"



Eu fico pensando como é que o cerumano não tem a consciência pesada e não percebe toda a merda que está fazendo? São atitudes tão simples de aprender, de ensinar às crianças, de passar adiante...

O que mais vejo é pessoas fazendo exatamente o contrário. Pessoas fazendo coisas absurdas e cada burrice tão desmedida que eu fico impressionada com a estupidez alheia. Mas aí eu não preciso nem ir muito longe. Basta olhar pela janela e ver o vizinho "varrendo" a calçada com uma mangueira esguichando água. Porque o infeliz não pega uma vassoura?
Porque a dona tia joga lixo na rua e nem olha o quanto estava perto de uma lixeira? A única explicação plausível é que a mão dela iria cair. Aí realmente, uma mão a menos faria falta, concordo!
Eu não tenho lá muita fé na humanidade, mas às vezes me pergunto, porque as pessoas são assim?
É culpa das escolas? Da educação recebida pelos pais? Do governo? Da tv? Da pobreza? Da falta de informações? Da Odethe Roitman? Sinceramente, não sei!
Eu não estou aqui pra brincar de defensores da natureza nem pra ficar pregando a moral e os bons costumes. Não sou nenhuma senhora da razão, não sou exemplo de nada e não estou pra apontar o dedo nas fuças de ninguém e julgar o que cada um deve fazer.
Mas eu tenho uma teoria que o mundo ainda vai acabar por causa da nossa estupidez.  Todas essas catástrofes que acontecem, ou boa parte delas, é tudo uma reação aos nossos próprios atos!
É tudo resultado da nossa própria burrice.

E eu odeio gente burra!



Update:
Agradeçam aos céus que, pelo menos teoricamente, o verão acabou...

20.3.10

Everywhere


desconheço autoria da foto


"Houve um tempo que tudo girava ao meu redor, dos meus desejos e vontades. E todo mundo ria de tudo que eu dizia, e eu dizia um monte de bobagens”.
Só que todo mundo também achava que o mundo girava ao redor do próprio umbigo. As pessoas tinham seus próprios planos secretos e desejos urgentes. Alguns queriam apenas um jeito de ganhar muita grana, outros queriam carros, outros convites pra qualquer lugar e outros iam a pé atrás de seus objetivos. Agora eu me pergunto onde estão aquelas pessoas alegres das rodas de violão, de conversas informais e das festas de fim de semana.
Eu já me importei muito e quando sentia saudade, procurava. Eu telefonava pra saber como ia a vida, saia com eles pra ouvir seus problemas pessoais e dar palpites sobre como resolver conflitos.
"Eu achava que tinha de tudo para sempre, que eu tinha amigos de verdade". Mas quando o conflito era comigo, acontecia o inverso. Dizem que quando você se empenha em ajudar os outros, você esquece os seus próprios problemas. Mas tem uma hora que você se lembra e aí é bom que você trate logo de resolver tudo sozinho. Você sempre está sozinho pra resolver suas questões, isso custei pra aprender.

Hoje ninguém mais tem tempo. Nem para si mesmos, quanto mais para outras pessoas. Nossos amigos só lembram nosso aniversário (eu, inclusive) se estivermos no orkut. Ganhamos poucos presentes, mas em compensação o scrapbook fica cheio de mensagens de felicidades, imagens piscantes e musiquinhas insuportáveis. Quando alguém precisa falar com você, manda um e-mail ao invés de te telefonar. Quando seus amigos querem saber como você está ou conversar, te chamam no msn. Mas tem sempre aquela pessoa que não tem orkut, que você não sabe o e-mail e não está adicionado no seu msn. Aquela amizade antiga que você perdeu completamente o contato e não sabe se está viva ou morta. E você nem pode procurar direito, porque não tem certeza (ou não lembra mesmo) do sobrenome. Você tem saudade, mas sabe que não tem como consertar isso. Com algumas, você consegue retomar o contato. Outras te adicionam e falam com você uma vez por ano. Outras nem falam nada. Mas você tem aquela ilusão de ter as pessoas perto de você porque elas te seguem no twitter ou comentam o que você escreve no seu blog. A internet é criadouro de pessoas solitárias.

Há muitos anos atrás, quando conclui o ensino médio, fizemos uma festa de despedida. Uma tristeza só. Enquanto uns prometiam não perder o contato, um amigo me disse: "A maioria dessas pessoas nunca mais vai se ver na vida. Vão esquecer seus nomes e que foram amigas. Daqui a cinco ou dez anos, os que mantiverem o contato estreito como temos, poderão se chamar, enfim, de amigos. Por enquanto somos todos colegas de classe, apenas". Fiquei chateada quando percebi que ele estava certo e mais ainda que eu não podia fazer nada. Por um bom tempo, eu tentei reverter isso, tentei salvar essas amizades que chegavam a um inevitável fim. Acabei desistindo de algumas pessoas quando percebi que não era uma via de mão dupla. Se o esforço é unilateral, não vale a pena insistir. Doeu aprender isso também. Hoje eu aceitei que algumas pessoas se perdem mesmo no meio do caminho. Já fiquei muito triste com essas coisas e ficava pensando no Frejat cantando "Meus bons amigos, onde estão? Noticias de todos, quero saber. Cada um fez sua vida de forma diferente. Ás vezes me pergunto: malditos ou inocentes"
Ficava pensando que as pessoas que se identificam com esses versos, provavelmente já entenderam e aceitaram o que eu custei a assimilar. Malditos ou inocentes? Não sei! Já achei que eram ambos, mas não me importo mais.
É tudo bem mais claro agora: nada girava ao meu redor como eu pensava. Eu sempre vou ter bobagens para dizer, mas agora não me importo se as pessoas ao meu redor vão rir ou vão achar que eu saí de moda.


Usando o Leoni mais uma vez. Espero que ele não se importe =D


11.3.10

Raso

desconheço autoria


"Não importa quanto vai durar - é infinito agora". 
~ Caio F.


A sua vida era um enorme buraco negro onde eu quase caí. Você nunca tinha pensado em como poderia ser perigoso para alguém se aproximar de você. Você não costumava pensar no futuro, em como seria no dia seguinte, no depois... Você sempre foi muito parecida comigo, querida. Era por isso eu sempre te compreendia tão bem. Mas o mundo deu um giro tão grande, não é mesmo? Em um segundo nos perdemos de quem éramos e mudamos tanto, a ponto de não mais nos reconhecermos. Mas eu continuo ao seu lado! Porque você me escolheu? Será que sou o único tentando descobrir como derreter o gelo do seu coração? Será que você está nos pensamentos e nas orações de mais alguém? Você decorou as mentiras que lhe contavam, eu sei que ninguém mais vai te enganar. Você destrancou todas as janelas que escondiam a luz do sol das paredes do seu quarto. Você não escuta mais aquelas canções que não sabíamos as letras e as traduções. Porque você me escolheu? Para que eu te mostre o amor que você nunca viu? Pra que eu te leve aos lugares que você nunca conheceu? O mundo deu um giro tão grande, que eu me tornei o que você sempre foi pra mim. Vou te levar pra casa, porque já não há tempo a perder.
Sua vida ficou tão rasa que não tenho mais medo de me afogar.

3.3.10

A Sombra do Vento - Carlos Ruiz Zafón


"Os livros são espelhos: neles só se vê o que possuímos dentro."

Um dia uma amiga me entregou esse livro para eu ler e passar adiante quando terminasse. Ele vinha com aquelas etiquetas que dizem que o livro não pertence a ninguém e deve circular. O próprio livro traz logo nas primeiras páginas a idéia de que um livro pode ser o melhor amigo de alguém.
Antes de ler, procurei algumas informações sobre o autor e o que encontrei foram declarações apaixonadas, relatos maravilhosos e descobri que o livro era bastante aclamado. Instigou ainda mais a minha curiosidade e quando me dei conta, estava no final do livro, extasiada com a história. Me empolguei mesmo!
Tenho tantas coisas a dizer sobre esse livro que me prendeu desde a primeira linha e me deixou com saudades quando terminou, que nem sei por onde começar...

“Nós existimos enquanto alguém se lembra de nós”.

Trata-se é um romance meio sombrio e misterioso que se passa em uma Barcelona cinzenta, fria e úmida, entre os anos 1945 e 1956.  É um clima quase gótico que fica evidente desde o primeiro momento.
Quando era ainda um menino, Daniel é levado pelo pai ao "Cemitério dos Livros Esquecidos", um lugar cercado de segredos e mistérios que funciona como uma espécie de depósito para livros abandonados, quase sempre escritos por escritores malditos ou esquecidos. Lá, o menino tem a oportunidade de escolher um livro do qual seria guardião e deveria garantir que nunca desaparecesse. Daniel sente-se atraído pelo romance "A Sombra do Vento" do autor Julian Carax. Filho de dono de livraria, ele estranha nunca ter ouvido falar naquele livro ou em seu autor e decide levar o exemplar para casa. O menino fica fascinado com a história, sem saber que esse livro maldito o arrastará para uma teia de acontecimentos imprevisíveis.
Daniel resolve procurar por outros títulos escritos pelo autor e descobre que não existem registros ou qualquer informação sobre o autor, apenas que ele foi dado como morto em circunstâncias não muito claras. Descobre também, que alguém está comprando todos os volumes disponíveis no mundo inteiro e queimando-os em seguida. Alguém quer tirar todos os livros do autor de circulação e o que ele possui, é provavelmente o último exemplar de um livro de Julian Carax.
A busca por esse autor desaparecido, por seus livros e sua história, transformará a vida de Daniel, tornando-o homem através do amor, da descoberta da sexualidade e da construção do caráter.
Um livro sobre outro livro? É o que basta para reconhecer o brilhantismo da narrativa.

"Um segredo vale o que valem aqueles de quem temos de guardá-lo."

Uma coisa que eu gostei muito nesse livro, é que ele conta duas histórias simultâneas. Ambas envolventes. Temos dois protagonistas, pessoas de verdade com qualidades, defeitos, identidade e cada um tem suas próprias questões. Ninguém é coadjuvante.
Em dado momento, uma história parece encerrada e a outra em andamento. Depois o autor inverte e dá prosseguimento na que parecia encerrada. Achando que acaba por ai? Pois o autor trás as duas histórias para o mesmo plano e mistura uma com a outra. Difícil de entender? Talvez só porque eu não consigo explicar mais claramente. Lendo o livro vocês compreenderão o que eu quero dizer.

Zafón conseguiu me envolver capítulo após capítulo, deixando-me ansiosa com o desenrolar dos acontecimentos e me surpreendendo a cada reviravolta na história. Cada vez que eu achava que estava deduzindo o rumo da história, algo inesperado me fazia repensar no que eu achava que estava prevendo. Para os que gostam de saber a classificação do livro, Zafón escreveu um livro inclassificável. Quero dizer, não podemos dizer se é romance, policial, suspense ou comédia. Seria um erro não classificá-lo em todas elas. Aí está todo o mérito do autor.
O livro é genial e todos os ingredientes estão na medida certa! Zafón não deixa nenhum ponto sem nó. A Sombra do Vento é um colírio para os olhos dos bibliófilos! Se você for ler apenas UM livro esse ano, recomendo que leia A Sombra do Vento. Atreva-se a abri-lo e não conseguirá fecha-lo até terminar. Foi pra minha lista de favoritos!


"Cada livro, cada volume que vês, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram e viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro muda de mãos, cada vez que alguém desliza o olhar pelas suas páginas, o seu espírito cresce e torna-se forte. [...]
Na loja nós vendemo-los e compramo-los, mas na realidade os livros não têm dono. Cada livro que aqui vês foi o melhor amigo de alguém. [...]
Poucas coisas marcam tanto um leitor como o primeiro livro que realmente abre caminho até ao seu coração. Aquelas primeiras imagens, o eco dessas palavras que julgamos ter deixado para trás, acompanham-nos toda a vida e esculpem um palácio na nossa memória ao qual, mais tarde ou mais cedo - não importa quantos livros leiamos, quantos mundos descubramos, tudo quanto aprendamos ou esqueçamos -, vamos regressar."


Pra finalizar, reproduzo uma frase da contracapa do livro:
"A Sombra do Vento é uma grandiosa homenagem ao poder místico dos livros"
Precisa mais?
Fiquem com o troco!
Próximo =)

Carolina! Na verdade se chama Ana Carolina e não gosta de ser chamada de Ana. Não revela a idade, mas todo mundo diz que aparenta bem menos. Fotógrafa e estudante de Jornalismo. Mudou de área depois de anos insatisfeita com a profissão. Carioca, apaixonante e implicante. Carinha de 8, espírito de 80 anos. Chata, mal humorada e anti-social. Gosta de rimas simples, de frases bobas e é viciada em café. Na vida passada foi um gato tamanha preguiça. Tem mania de ter manias, coleciona coisas inúteis e acha ridículo isso de falar de si mesma em 3º pessoa.

 
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