14.3.12

Maracatu


Guardo um tambor no peito. Dentro da caixa toráxica.
Dizem que tem outro nome. Eu chamo de maracatu.

Bate o tambor, estremece a caixa.
Baixa o tom pra mais batucada.

Pulsa.

Bate o pé no chão pra acompanhar o ritmo.
E pisa na terra pra sentir a energia.
E estremece com o batuque da tamborzada

Bate.

No peito, nos medos e na cara
Ritmando a dança febril,
O gingado da moça de saia rodada
O perfume vencido, fumaça de cigarro e a alma lavada

Percussão.

Sangra os pés na descida da ladeira
Encaram com dança os seus agressores.
Pulsa, bate, arde
E vai continuar batendo.
Deus queira que no mesmo ritmo.

Guardo um tambor no peito. Dentro da caixa toráxica.
Dizem que tem outro nome. Eu acho que é só batucada.



  
Da série: não sei fazer poema
Texto veeeeeelho, muito velho.
Postado só porque hoje, 14 de Março, é Dia Nacional da Poesia 
=)

Carolina! Na verdade se chama Ana Carolina e não gosta de ser chamada de Ana. Não revela a idade, mas todo mundo diz que aparenta bem menos. Fotógrafa e estudante de Jornalismo. Mudou de área depois de anos insatisfeita com a profissão. Carioca, apaixonante e implicante. Carinha de 8, espírito de 80 anos. Chata, mal humorada e anti-social. Gosta de rimas simples, de frases bobas e é viciada em café. Na vida passada foi um gato tamanha preguiça. Tem mania de ter manias, coleciona coisas inúteis e acha ridículo isso de falar de si mesma em 3º pessoa.

 
Expresso pra Dois © Todos os direitos reservados :: Ilustração por Rafaela Melo :: voltar para o topo