Foto: Carol Rodrigues |
"Quando alguém se apropria de um texto sem dar os créditos ao autor, essa pessoa se apropria de um momento, de uma história que a inspirou, da oscilação dos sentimentos, de trocas íntimas. Ela se apropria de uma transa, de um abraço, de uma vitória, de uma dor, de uma cura e de horas que foram dedicadas à elaboração daquilo. Ela se apropria de uma lembrança, de uma saudade, de uma angústia, de uma solidão, de um talento. Ela se apropria de algo que pode exemplificar exatamente o que ela queria dizer, mas que teria dito de outra forma.Ela não escreve uma história, ela escreve uma farsa.- Marla de Queiroz
Por mais que um texto meu pareça fluido ou que eu tenha “facilidade” em escrever, este é um ato solitário e de muita entrega. As palavras são temperamentais e, muitas vezes, arredias. Seduzi-las será sempre um desafio. Compartilhar um texto é um ato de generosidade, porque se compartilha, antes de tudo, uma nudez. E é essa honestidade que tantas vezes desanuvia o coração de alguém que descobriu que não está passando pela mesma situação sozinho. Compartilhar é uma forma de dar calor, de segurar a mão, de fazer um afago, de pedir colo. Por mais simples que seja um texto, ele sempre é fruto de muita leitura, estudo, autoconhecimento, conversa, observação e trabalho. Por isso, o autor merece respeito e consideração. Talvez algumas pessoas não saibam, mas textos são como filhos que a gente solta no mundo, mas todos eles têm uma certidão de nascimento, uma identidade, uma digital. E serão reconhecidos mesmo que desfigurados, porque têm DNA."
Vocês já devem saber porque esse texto da Marla de Queiroz veio parar aqui né?
Esses dias, uma amiga me mandou o link de um blog que estava, digamos, "me homenageando" com a publicação (na íntegra) de alguns textos meus. Alguns bem antigos, o que me surpreendeu um pouco. Confesso uma certa preguiça desse assunto mais uma vez. Numa das postagens, comentei assim: "Engraçado, mas conheço esse texto de algum lugar". Só. Não cheguei a ver o tal blog direito, tive um fim de semana épico off line e acabei esquecendo do tal blog.
O caso é que o blog não existe mais.
Foi deletado por quem criou, porque eu não denunciei, não sinalizei nem nada.
Acho que a pessoa se assustou. Tipo "Nossa, descobriram minha fonte." Ou melhor, "Minha fonte me descobriu".
Continuo pensando na frase que um amigo, o Diego, me disse de outra vez: "Plágio é uma forma de elogio". No entanto, eu ainda prefiro que esse elogio seja direcionado.
Não custa nada citar autor. São só 14 letrinhas ó: Carol Rodrigues
Eu sou legal. E quase não mordo ;-)
Beijo nas kionça