We♥It
Eu nunca disse que iria ser a pessoa certa pra você...
Foi num bar na Lapa. As quatro amigas conversavam animadamente ao som de um sambinha de raiz. Duas comentavam sobre o sujeito com o cavaquinho, enquanto uma lamentava o fim de um relacionamento e a outra comemorava a solteirice.
-Eu achava que ele era o cara certo pra mim! Tinha tudo pra ser...
-Eu não. Só sei que "enquanto não encontro os caras certos, me divirto com os errados”.
-Ô frasezinha batida...
Foi então que ela parou de olhar pro sujeito com o cavaquinho e mergulhou num abismo tão profundo dentro de si mesma, que não conseguia mais ouvir samba algum. Não sabia quanto á amiga, mas ela não encontrava os homens certos, porque simplesmente andava fugindo deles!
Não é que eles não existissem, ela que os ignorava. Andava saindo com os errados não apenas por diversão, mas também para fugir dos caras certos. Ela poderia estar acompanhada, hoje, de um cara que poderia ser o grande amor de sua vida. Mas ela não se deixava conhecer. Jamais permita apaixonar-se. Percebeu que não sabia agir de outro modo. Não saberia não se defender.
Sim, é claro que ela gostaria de ser amada! Gostaria de acordar com mais alguém no travesseiro, ainda que não freqüentemente. Reconheceu que desejava descer do salto da auto-suficiência e se aninhar no peito do ser amado. Ele teria aquele abraço protetor e ela fingiria precisar de toda proteção do mundo para que ele não a soltasse. Sim, definitivamente isso seria bom. Seria bom esquecer que sabe se cuidar sozinha e deixar outra pessoa fazer isso por ela. Ao menos por um tempo. Ao menos enquanto fosse bom. Ela trocaria a companhia das amigas em alguns fins de semana para ficar uns dias a sós com aquele homem que nem conhecia ainda. Gostaria de ouvir de alguém aquelas palavras que os homens dizem, mesmo que não conseguisse acreditar em nenhuma letra.
Então ela pensou que precisava arrumar um jeito de se auto-sabotar. Precisava convencer a si mesma de não insistir tanto em não se envolver, a parar de fugir dos caras que lhe despertassem o interesse, a não se esconder atrás dos caras errados para que os outros não a reconhecessem. Precisava parar de exalar futilidade para esconder o seu conteúdo.
Estava determinada a conhecer o amor de sua vida - por que não? Ela deveria ter o direito de ter algum, não teria? Então, decidiu deixar-se encontrar, deixar-se conhecer pelo grande amor de sua vida. Não teria problemas se ele demorasse, não teria problemas se ele não a reconhecesse de primeira... Ela havia decidido esperar por ele. Talvez, ainda se divertindo com os errados, mas nunca mais fazendo dessa diversão uma desculpa para a própria fuga.
Mas ainda tinha um problema: como ela reconheceria o grande amor de sua vida? Simplesmente saberia? Seria aquele de quem seu primeiro impulso seria fugir?
Esse tal grande amor teria um trabalho e tanto, coitado. Já começava a gostar mais dele só de pensar isso!
Foi então que ela começou a ouvir o samba novamente e notou que as amigas riam de sua viagem ao mundo da lua.
Começaram a conversar sobre amores, encontros e desencontros até que uma delas interrompeu o assunto tão fora de propósito com o ambiente e o clima de uma sexta feira a noite. E definitivamente, foi a observação mais sensata de todas!
O samba seguia animado, várias pessoas dançavam pelo boteco - sozinhas e acompanhadas - e o garçom vinha chegando com a bandeja de petiscos.
Se existe um lugar certo para se conhecer o grande amor de sua vida, estava certa que esse lugar não era um boteco da Lapa.
E já que o sujeito do cavaquinho estava sorrindo com um inquestionável charme boêmio... Porque não?
-Eu achava que ele era o cara certo pra mim! Tinha tudo pra ser...
-Eu não. Só sei que "enquanto não encontro os caras certos, me divirto com os errados”.
-Ô frasezinha batida...
Foi então que ela parou de olhar pro sujeito com o cavaquinho e mergulhou num abismo tão profundo dentro de si mesma, que não conseguia mais ouvir samba algum. Não sabia quanto á amiga, mas ela não encontrava os homens certos, porque simplesmente andava fugindo deles!
Não é que eles não existissem, ela que os ignorava. Andava saindo com os errados não apenas por diversão, mas também para fugir dos caras certos. Ela poderia estar acompanhada, hoje, de um cara que poderia ser o grande amor de sua vida. Mas ela não se deixava conhecer. Jamais permita apaixonar-se. Percebeu que não sabia agir de outro modo. Não saberia não se defender.
Sim, é claro que ela gostaria de ser amada! Gostaria de acordar com mais alguém no travesseiro, ainda que não freqüentemente. Reconheceu que desejava descer do salto da auto-suficiência e se aninhar no peito do ser amado. Ele teria aquele abraço protetor e ela fingiria precisar de toda proteção do mundo para que ele não a soltasse. Sim, definitivamente isso seria bom. Seria bom esquecer que sabe se cuidar sozinha e deixar outra pessoa fazer isso por ela. Ao menos por um tempo. Ao menos enquanto fosse bom. Ela trocaria a companhia das amigas em alguns fins de semana para ficar uns dias a sós com aquele homem que nem conhecia ainda. Gostaria de ouvir de alguém aquelas palavras que os homens dizem, mesmo que não conseguisse acreditar em nenhuma letra.
Então ela pensou que precisava arrumar um jeito de se auto-sabotar. Precisava convencer a si mesma de não insistir tanto em não se envolver, a parar de fugir dos caras que lhe despertassem o interesse, a não se esconder atrás dos caras errados para que os outros não a reconhecessem. Precisava parar de exalar futilidade para esconder o seu conteúdo.
Estava determinada a conhecer o amor de sua vida - por que não? Ela deveria ter o direito de ter algum, não teria? Então, decidiu deixar-se encontrar, deixar-se conhecer pelo grande amor de sua vida. Não teria problemas se ele demorasse, não teria problemas se ele não a reconhecesse de primeira... Ela havia decidido esperar por ele. Talvez, ainda se divertindo com os errados, mas nunca mais fazendo dessa diversão uma desculpa para a própria fuga.
Mas ainda tinha um problema: como ela reconheceria o grande amor de sua vida? Simplesmente saberia? Seria aquele de quem seu primeiro impulso seria fugir?
Esse tal grande amor teria um trabalho e tanto, coitado. Já começava a gostar mais dele só de pensar isso!
Foi então que ela começou a ouvir o samba novamente e notou que as amigas riam de sua viagem ao mundo da lua.
Começaram a conversar sobre amores, encontros e desencontros até que uma delas interrompeu o assunto tão fora de propósito com o ambiente e o clima de uma sexta feira a noite. E definitivamente, foi a observação mais sensata de todas!
O samba seguia animado, várias pessoas dançavam pelo boteco - sozinhas e acompanhadas - e o garçom vinha chegando com a bandeja de petiscos.
Se existe um lugar certo para se conhecer o grande amor de sua vida, estava certa que esse lugar não era um boteco da Lapa.
E já que o sujeito do cavaquinho estava sorrindo com um inquestionável charme boêmio... Porque não?
"Além dos meus espinhos eu tenho também muitas flores!
~Tati Bernardi
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