17.1.16

Balanço Literário de 2015

A única promessa que eu fiz na virada do ano de 2014 para 2015, foi que eu queria ler mais no ano que se iniciava. Comparando com o desastre que eu fui em 2014, achei 2015 muito bem aproveitado. 
Algumas poucas releituras, abandono de preconceitos literários, livro infantil, livro bocó, livro tenso, livro lindo... Teve de tudo ♥
No começo do ano passado, criei um caderninho para registrar e acompanhar minhas leituras e com o resultado, resolvi postar esse balanço literário aqui no blog ♥
Eu sei, já estamos no meio de janeiro, praticamente. Esse post era pra ter saído na primeira semana, mas vamos lá!


Leituras de 2015:

01- Passarinha, de Kathryn Erskine (Tem resenha aqui no blog)

02- Se eu fosse um livro, de José Jorge Letria e André Letria

03- Cavalos Partidos, de Jennette Walls

04- Preciosa, de Sapphire

05- Ensaio sobre a cegueira, de Saramago

06- Eu sou Malala, de Malala Yousafzai

07- Para sempre Alice, de Lisa Genova

08- Sejamos todos feministas, de Chimamanda Ngozi Adichie

09- O Conto da ilha desconhecida, de Saramago

10- Tempo é dinheiro, de Lionel Shriver

11- Como ter uma vida normal sendo louca, de Camila Fremder e Jana Rosa

12- A lenda do cavaleiro sem cabeça, de Washington Irving

13- O Incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação, de Haruki Murakami.

14- Como eu realmente - Volume II, de Fernanda Nia (Tem resenha e entrevista com a autora aqui no blog)

15- Meio sol amarelo, de Chimamanda Ngozi Adichie

16-O Sol é para todos, de Harper Lee (Tem resenha aqui no blog)

17- Persépolis, de Marjane Satrapi (Tem resenha aqui no blog)

18- Jogos Vorazes, de Suzanne Collins

19- Em Chamas, de Suzanne Collins

20- A Esperança, de Suzanne Collins

21- Léxico, de Max Barry (Tem resenha aqui no blog)

22- Minha Querida Sputnik, de Haruki Murakami

23- Fahrenheit 451, de Ray Bradbury

24- Coraline, Neil Gaiman

25- Sal, de Leticia Wierzchowski

26- O Jardim Secreto, de Frances Hodgson Burnett

27- Caixa de Pássaros, de Josh Malerman

28- Quem é você, Alasca?, de John Green

29- A garota que você deixou para trás, de Jojo Moyes

30- Divergente, de Veronica Roth

31- O Diário de Anne Frank, de Anne Frank

32- Insurgente, de Veronica Roth

33- Convergente, de Veronica Roth

34- Quatro: A Transferência, de Veronica Roth

35- Grande Irmão, de Lionel Shriver

36- O Hibisco Roxo, de Chimamanda Ngozi Adichie

37- Laranja Mecânica, de Anthony Burgess

38- O Inverno de Frankie Machine, de Don Winslow

39- Vá, coloque um vigia, de Harper Lee

40- O Príncipe da Névoa, de Carlos Ruiz Zafón

41- Budapeste, de Chico Buarque

42- A Princesinha de Vader, de Jeffrey Brown

43- Darth Vader e filho, de Jeffrey Brown

44- Se vivêssemos em um lugar normal, Juan Pablo Villalobos


O(s) melhor(es) entre eles:


É difícil escolher os melhores porque eu me entrego muito pros livros, mas com certeza "O Sol é para todos" foi o livro mais apaixonante. Já "O Hibisco Roxo" foi o soco mais bem dado na boca do meu estômago. "Ensaio sobre a cegueira" foi o mais espetacular e fiquei me perguntando porque não tinha lido antes (ai que burra, dá zero pra ela). E dá zero também por ela nunca ter lido "Laranja Mecânica" porque esse também foi um caso de arrependimento por não ter lido antes.


Me surpreendeu:


Os livros que eu li sem esperar grandes surpresas, mas que me surpreenderam positivamente foram:
"Preciosa" - Tão surpreendente que me prendeu na leitura e terminei de um dia pro outro.
"A garota que você deixou para trás" - Tenho ainda um pé atrás com best sellers desse tipo, mas ganhei esse livro da amiga Denynha e li só porque confio nela. Não me arrependi não.
"Caixa de Pássaros" - Comecei a ler sem grandes pretensões e também não consegui largar. Achei a sinopse muito interessante, mas confesso que peguei pra ler sem dar nada pelo livro e agora recomendo ele. (e soube que vai virar filme). 

Me surpreendeu, mas não positivamente:


É uma tristeza dizer que a mesma Harper Lee que me fez cair de amores também foi uma decepção. O livro mais aguardado, chamado de o maior acontecimento literário do ano, foi um fiasco pra mim. Talvez se "Vá, coloque um vigia" não fosse uma continuação de "O Sol é para todos" e sim uma história nova, seria menos decepcionante. Lee criou personagens muito icônicos e apaixonantes no primeiro livro. No segundo, mexeu onde não devia e até a personalidade dos personagens ficou meio... incompatível com o que eram. Aí não gostei! NÃO MECHAM COM A FAMÍLIA FINCH!

Li mas não gostei:


"Como ter uma vida normal sendo louca" porque eu achei muito bobo, gente. Eu não tenho esse tipo de humor, discordei de muitas "piadinhas" e achei outras de mau gosto. Alguma ou outra coisa achei até bacana, mas não salva o livro todo. Quis ler porque achei que seria engraçadinho já que é um livro de humor, mas trata o universo feminino com uma futilidade que eu, sinceramente, não acho engraçado. 

Abandonei, mas vou dar outra chance:

  

U-hu, não abandonei nenhum em 2015!

O(s) mais divertido(s):


 

Eu geralmente me divirto muito com as minhas escolhas literárias, mas com certeza um dos livros mais divertidos que li foi "O Inverno de Frankie Machine". O livro conta a história de um ex-mafioso aposentado que cai numa treta danada e precisa descobrir quem está querendo matar ele pra poder viver em paz. É muito, muito divertido. Eu adorei esse livro!
Também me diverti muito com "A lenda do cavaleiro sem cabeça", um clássico que comprei em uma edição nova e ilustrada da Editora Leya que é só amor. 
E também não posso deixar de falar da dobradinha mais feliz da minha estante: "A Princesinha de Vader" e "Darth Vader e filho". São historinhas fofas e ilustradas mostrando uma hipotética relação de pai e filhos do Vader com Luke e Leia (isso considerando, óbvio, que eles tivessem convivido com o pai e ele fosse fofo). O autor é Jeffrey Brown, a editora é a Aleph.


Chorei, chorei, aaahhh... como eu chorei:


To aqui pensando se chorei com algum dos livros que li tanto quanto chorei com "Para sempre Alice". Chorei de soluçar, sonhei com a Alice, li sobre os avanços do tratamento do Alzheimer e sofri pela Alice, até hoje tenho saudades da Alice... Ahhh, Alice...I cried like a river
E foi tão sério, que eu já tenho o livro novo da Lisa Genova há um tempão e ainda não tive coragem de ler.

O abandono de preconceitos:

 

Já tive muito preconceito literário. Coisa que hoje em dia quase não tenho (quase, porque ainda tenho sérias implicâncias por ai). Mas às vezes eu pago com a língua. Por exemplo: tinha a maior implicância com trilogias mas viciei em duas e li em tempo recorde: Trilogia Jogos Vorazes e Trilogia Divergente. E inclusive, virei a maior fã de Jogos Vorazes (pode falar que eu não ligo, agora sigo o meu nariz).
Também já tive muito preconceito com John Green, mas como em 2014 li "A Culpa é das estrelas" e gostei, em 2015 resolvi ler aquele que dizem que é o melhor dele "Quem é você, Alasca?" e também não me arrependi. Fiquei com raiva da personagem, óbvio, mas gostei do livro sim. (e só deus pode me julgar)


Próxima(s) Leitura(s)?


Não fiz nenhuma programação para leituras em 2016. Não costumo fazer listas porque nunca sigo, escolho livros no feeling. Ou sou escolhida por eles, depende. No momento, minha meta é terminar "Admirável Mundo novo" do Aldous Huxley e "O Mundo pós aniversário" da Lionel Shriver. Esse livro está sendo bem difícil mas não pretendo abandonar.


Eu gostaria de ter feito resenha sobre todos esses livros e mais um tanto de outros livros também.
Eu ia escrever uma pequena descrição sobre cada livro lido e colocar uma foto das capas de todos eles mas o post iria ficar imenso. A ideia aqui é só fazer um balanço literário mesmo ♥
Eu gostaria de ter lido mais livros em 2015 também. E espero que 2016 seja tão proveitoso quanto 2015. 
Foi um ano esquisito, ruim, cavernoso... mas estive bem acompanhada, pelo menos ♥

E vocês? O que leram em 2015? O que pretendem ler em 2016? Me contem aqui nos comentários, adoro falar sobre livros!

26.10.15

TAG - Meus livros, ninguém sai!


Essa TAG, a Denynha, minha amiga querida, viu no blog Universo dos Leitores e me mandou pra fazer aqui (tipo em abril). Resolvi fazer porque esbarrei hoje com o video que a inspirou e lembrei da TAG.


A TAG consiste em responder com livros 8 questões baseadas nas falas do vídeo.
Simbora 
lá então antes que alguém fique des-mai-a-da??

1- “Ei, coisinha, vá devagar” (Sabe aquele livro que você devorou rapidamente? Qual foi ele?)


Léxico do Max Barry, com certeza!
Falei dele aqui no blog. É um livro INCRÍVEL, impossível de largar. E eu li ele em tempo recorde, porque não consegui mesmo parar de ler ♥ Maravilhoso! Conspiração, perseguição, palavras perigosas, vilões com nomes de escritores famosos... imperdível!

2- “Eu vou me segurar aqui” (Qual livro te prendeu?)


Laranja Mecânica, de Anthony Burguess. Foi o último que li e me prendeu da primeira até a última página! Um clássico que saiu em várias edições recentes pela editora Aleph e que eu sempre quis ler. Li e olha... Recomendadíssimo!

3- “Se eu cair eu quebro minha clavícula” (Qual obra te desestabilizou emocionalmente?)


O Hibisco Roxo, da Chimamanda Adichie. Li recentemente também e foi um tremendo soco no meu estômago. Fiquei incomodada com ele, desejei a morte de c e r t o s personagens, quis abraçar a Kambili... Meu Deus, mexeu mesmo comigo! Chimamanda é mesmo destruidora!

4-“Meu óculos, ninguém sai!” (Qual livro você não empresta ou tem muito ciúmes?)

Eu tenho ciúme de T O D O S os meus livros e não empresto absolutamente N E N H U M! 
Já tinha confessado isso no post sobre os problemas de um leitor e continuo não emprestando! ¯\_(ツ)_/¯ 

5-“Juliana, você viu meu óculos?” (Qual livro você emprestou e nunca mais viu na vida?)

Eu Christiane F., 13 Anos Drogada Prostituida, de Kai Hermann, segundo o depoimento de Christiane F. em 1978. Esse livro é o grande responsável por eu não emprestar mais livro nenhum. Tinha um desses, essa mesma edição. Era da editora Círculo do Livro, veio de um sebo e eu passei horas limpando e restaurando a capa até ficar lindo e limpinho (veio de um sebo empoierado). Aí emprestei para uma colega na escola e nunca mais vi meu livro de volta. Nunca mais emprestei nenhum!

6-“Juliana está des-mai-a-d-a” (Qual livro te deixou com ressaca literária, sem poder ler outros livros?)


Eu sou Malala, Malala Yousafzai. Esse livro me deixou com uma imensa ressaca literária. Fiquei um bom tempo remoendo o que li. Voltei nele alguns trechos, reli umas partes, stalkeei a Malala na internet (rsrs) e me deu muito o que pensar e avaliar. Eu ia fazer resenha dele aqui no blog e nem consegui de tão mexida que fiquei! Recomendo!

7- “Chamuchamochamu chama o Samu!” (Que livro te deixou louca pela continuação?)


O Sol é para todos, Harper Lee. Porque não tinha como não enlouquecer com uma continuação que sai 55 anos depois do primeiro livro. Falei direitinho aqui no blog como foi essa loucura de ter O Sol é para todos republicado porque sairia um segundo livro tantos e tantos anos depois. Eu já estou com ele aqui e vai ser minha próxima leitura COM CERTEZA!

8-“Eu errei, viu?” (Escreva um pouco sobre aquele livro que você achou que seria uma coisa e é outra)


Minha Querida Sputinik, do Haruki Murakami. Eu li "O incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação" dele e quis logo ler outro porque fiquei apaixonada pelo autor. Mas Minha Querida Sputinik não foi bem o que eu esperava e eu acho que não entendi direito o livro. Foi uma experiência estranha. Adoro os personagens, adoro a Sumire e super acho que seria amiga dela, mas o desenrolar da história me deixou com um grande UÉ? ecoando na cabeça. ¯\_(ツ)_/¯ 


Esses foram meus eleitos. E você, coisinha? Quais livros te deixaram des-mai-a-da???
Me conta aqui nos comentários!

5.10.15

Eu, as pessoas e os livros

Esses dias estava falando sobre técnicas de organização com uma amiga. Falava sobre um jeitinho que aprendi a dobrar as roupas pra visualizar melhor as peças na gavetas, quando a pessoa solta um raivoso: "Você deveria se livrar de tantos livros, aí você ia ter mais espaço pras suas roupas".


Existem três coisas que eu não consigo entender nesse mundo:
1- Pessoas
2- A necessidade das pessoas de se incomodarem com a vida dos outros
3- Pesso... não, são duas mesmo, não sei fazer contas!

Sabem, já me aborreci muito com esse tipo de gente, mas hoje eu simplesmente não importo. I really don't care! Principalmente e especialmente em casos de opiniões não solicitadas e, muitas vezes, agressivas.
Custei a perceber como algumas pessoas se incomodam em demasia com a vida e as escolhas das outras. Nesse caso, a pessoa estava incomodada com meus livros. Pausa, rebobina: MEUS LIVROS. Ficou claro?

Saca essa falta de noção, minha gente! 
Ninguém tem o direito de dizer como eu (e vocês) devo organizar minha vida, comprar minhas coisas, comer, me vestir, usar meu cabelo, pensar, ler, nada, nadinha... E pensando em como a opinião da colega vai influenciar minha vida daqui pra frente, fiz uma lista com vários nadas. E eu não vivo com a cabeça dos outros, vivo com a minha, graças a deus. E isso já me dá trabalho pra caramba.
De modo que: penso que cada um faz o que quiser da própria vida, né mesmo? 


Ah lá o Darth Vader sendo feliz nem aí procês, óh

-Ai Carol, mas você usa esses livros pra fugir da realidade...
-Me prova que a realidade é melhor.

Não pessoas, leitores que se enfiam num livro atrás do outro não estão fugindo da realidade. Eu continuo pagando minhas contas, sendo adulta (mesmo sem vontade) e estudando pra ser alguém na vida. Lavo roupa, louça e a bunda sozinha. Eu tenho cá para mim, que pessoas que leem muito tem TANTA consciência da realidade que as outras tanto cospem, que tirar férias de vocês é uma atividade muito bem vinda. Mas, MESMO SE eu estivesse usando livros pra fugir da realidade, que importa? De quem é a vida mesmo? Só pra recapitular... minha, né? Então, mais uma vez:


Agora que essa parte já ficou clara, eu fiquei pensando um pouco na minha relação com os livros.
Não que eles sejam a minha "fuga", mas sempre foram uma espécie de refúgio. Será que essa imagem fica clara? Não lembro como foi que me tornei uma leitora. Minha mãe e meus tios sempre compravam livros pra mim. Livros e revistinhas em quadrinhos, que eu colecionava e relia, relia, relia...
Meu primeiro cartãozinho de sócia de biblioteca foi uma das coisas mais felizes que me lembro de ganhar. Na adolescência (e agora na idade adulta) sempre tinha um livro comigo.
Algumas vezes, usei de livros para entender o que sentia. Outras vezes, para esquecer do que estava pensando. Escapei para mundos mágicos, passei por desventuras, entrei em armários que davam em outro mundo, conheci vários pedacinhos do mundo através de personagens que ganharam meu carinho para sempre. Falo deles com orgulho de os ter conhecido. 
A leitura me fez crescer, me  fez mudar de opinião, me fez entender as pessoas e o mundo a minha volta. A leitura fez mais por mim do que conselhos vazios de quem acha que entende a vida melhor do que eu.
Os livros me trouxeram amigos que compreendem essa paixão e que me chamam pra dizer "olha, acabei de ler o livro que você me indicou" ou "estou te mandando esse livro porque você vai gostar dele" ou ainda "que livro maravilhoso, obrigada". Para mim, não existe maior prazer que ver uma pessoa gostar de um livro que eu tenha indicado. E esse é um dos motivos que me fazem escrever resenhas aqui ♥
Não é simplesmente indicar um livro, é indicar uma leitura que represente algo para alguém. Para vocês ou para mim.

-Mas pra que tantos livros? Você não vai ler isso tudo e ainda compra mais!

Sim, tenho mesmo muito livros e pretendo SIM ler todos. Mas sabem de uma coisa? Eu não tenho a mínima pressa, terei uma aposentadoria feliz e tempo bastante para ler, porque morrer logo não está nos meus planos. E continuo comprando sim, por um único motivo: eu quero.
Não, na verdade eu continuo comprando porque: o dinheiro é m-e-u.
Mentira, o único motivo é: o mercado literário não para não para não para não vai até o chão.
Tá isso também, mas eu continuo comprando, sobretudo, porque isso é problema meu! 
E porque SIM!
Ou seja: tudo isso, menos a opinião que não pedi. No fim das contas, se tem alguém preocupado em como gasto o meu (vejam bem, m-e-u) dinheiro, manda email que eu encaminho os boletos das minhas contas.

Um adendo sobre a minha economia pessoal:

Eu não tenho pena de gastar dinheiro com livros, não tenho pena de gastar dinheiro com comida.
Nem com viagens ou com coisas que eu goste de usar.
Tenho pena sim, de gastar com uma roupa que custa #300% a mais do que vale só porque tem uma etiqueta famosa, só para aparecer bonita no instagram com a tag #lookdodia, com maquiagens importadas que sei que vou esquecer de usar e sair todo dia só com o combo rímel + batonzinho mesmo, com sapatos que machucam os pés mas ficam bonitos nas fotos e demais bobagens que de nada me servem.
Viajando, comprando minhas bobagens, lendo livros e comendo eu fico: feliz. Olha que jeito legal de investir meu dinheiro. Então que tal todo mundo ficar feliz fazendo o que quiser da própria vida? Hum? Hum?


Agora, se você não consegue entender isso...


"Livros não mudam o mundo,
quem muda o mundo são as pessoas.
Os livros só mudam as pessoas."
Mario Quintana

31.8.15

31/08 - Blog Day 2015


Repetindo o sucesso do ano passado, hoje é dia de mais um BlogDay ♥
Pra quem é blogueiro com cheiro de nata e não sabe o que é o BlogDay, é o seguinte:
Nós, galera da antiga, old school, os vovôs dos blogs, tínhamos o costume de comemorar todo 31/08 o dia do blog.
Neste dia, todos os blogueiros do seu grupinhos de amigos (e dos grupinhos dos outros também) faziam um post especial indicando 5 blogs da sua lista de preferidos. Assim, o coleguinha de um ia conhecendo o coleguinha de outros e o clima de amor e harmonia se espalhava por toda blogosfera e...

Tá, parei!
Mas como eu ia dizendo, o BlogDay era uma prática antiga dos blogs mais, digamos, experientes.
Quando os blogs começaram a deixar de ser pessoais e passaram a negócio, essas bobagens de inteiração entre blogueiros foi ficando pra trás.
Porém, o grupo mais maravilhosudo do facebook, o Rotaroots ♥, resolveu no ano passado reviver essa comemoração e esse ano tem também. E se reclamar 2016 faremos novamente ♥

Ps: Se você é blogueiro e não conhece o Rotaroots, sinto informar, mas está comendo muita mosca nessa vida! Fica a dica.  


Mas sem mais delongas, vamos ao que interessa!



5 blogs que não saem do meu feed 

• 187 Tons de Frio - Gabriela Melo
Esse não sai dos meus feeds há anos e anos mesmo ♥ Amizade blogueira old school desde sempre ♥

O Mundo de Karolyn - Karolyn Petrucci
Karol é minha amiga, é uma linda, é mamãe de cinco gatinhos fofos e irmã da guria mais fofa de todo Rio Grande ♥

A Gabi também é da galera old school. Sempre li os blogs que ela teve ao longo dos tempos e agora ela voltou a escrever. Continuo seguindo ♥

Elos no Horizonte - Alexandre Lúcio Fernandes
Minha porção de poesia sempre que a vida parece feia e sem cor ♥

Palavras e Silêncio - Maria Fernanda Probst
Inspiração, amor e delicadeza - minha porção de poesia versão feminina. Desde sempre ♥

(Muitos, muitos corações nessas indicações)

5 blogs que eu conheci no Rotaroots


Mulher Vitrola - Rê Montenegro
Sério? Como não amar uma pessoa que fala de cozinha, gatos, batom vermelho, feminices e tantas outras coisas?

Borboletando - Victoria Siqueira
Me ganhou num post onde listava lições aprendidas com as Spice Girls e na lista de motivos que ser fangirl nos anos 90 era muito mais sofrido que hoje. Apenas acompanhem essa moça!

Quero ser Alice - Erika Monteiro
A Erika tem sido uma fonte de inspiração. A seção "Papo Fitness" do blog tem me feito repensar muito as minhas atitudes e tem me incentivado a deixar a preguiça de lado.

A Life less ordinary - Cacá
O objetivo do blog da Clarissa é registrar as coisas que a fazem feliz. Eu fico lá babando nas lindezas. Quase nunca comento, mas adoro os posts dela!

Babee
O blog da Babee parece um agregador de coisas legais. Cheio de dicas legais, indicações bacanas de apps, jogos, decoração, música.. .tem de tudo!


5 blogs para sair da rotina

Think Olga
Site feminista com os textos mais esclarecedores ever. Tudo sobre emponderamento e muito girl power!
Sem contar a campanha "Chega de fiu-fiu" que eu apoio e sempre vou apoiar aqui no blog!

• Sernaiotto - Paloma Sernaiotto
Se você quer sair da rotina e colocar seu blog pra crescer, no blog da Lominha está tudo que você precisa aprender para ser um blogueiro lindo, top de linha, capa de revista!

Literasutra - Monalisa Marques
Ultimamente o blog da Monalisa é o meu preferido quando o assunto é literatura! A Monalisa nunca faz spoilers nas resenhas dos livros e ela é uma guria muito divertida. Apenas amo ♥

• Championship Chronicles - Rob Gordon
As melhores crônicas da internet, meus amigos! Eu adoro o Rob e adoro as coisas que ele escreve. Se você gosta de crônicas é o blog ideal pra acompanhar!

Sarah Andersen
Sarah é autora das tirinhas que eu mais leio ultimamente: Doodle Time.
Eu apenas me identifico tanto que chego a pensar que ela tem algum espião rondando minha casa.


E é isso!
Feliz Blog Day!



7.8.15

Léxico - o livro que não consegui parar de ler.


Compraria só pelas capas.
“Ela não curtia realmente ler, mas gostava do modo como os livros eram pistas. Cada um deles era uma peça de um quebra-cabeça. Mesmo quando não se encaixavam, elas revelavam um pouco mais sobre que tipo de imagem ela estava formando.” 
Existem livros que nos arrebatam de tal modo, que não conseguimos parar de ler até a última página. 
E também não queremos que cheguem na última página.
Foi assim com Léxico, do autor Max Barry.
Eu tinha acabado de inserir novos arquivos no meu Kobo e estava conferindo se todos abriam sem erros.
Abri esse livro, estava muito interessada nele depois de ler a sinopse, mas não era minha intensão ler naquele momento. Eu estava lendo outros dois e queria terminá-los antes de começar mais um - é claro.
Mas algo aconteceu entre o ato de simplesmente abrir o arquivo do livro e chegar na página 100.
Isso me rendeu até um selinho engraçado de conquistas no Kobo:

Pra quem não sabe, o Kobo tem essas brincadeirinhas de liberar selos confirme você conquista desafios :)
Pois é gente, prendeu mesmo e eu não consegui parar de ler esse livro. 
Mas vamos lá.
Sinopse:
Léxico - Uma organização treina jovens talentosos para controlar a mente e o comportamento das pessoas usando combinações específicas de palavras. Os iniciados deixam suas verdadeiras identidades para trás e passam a usar nomes de poetas.
Identificada como um prodígio na arte da persuasão, Emily Ruff, que ganha a vida com truques de cartas nas ruas de São Francisco, é enviada para o treinamento em uma escola da organização e começa a aprender a técnica letal. Quando os líderes da instituição descobrem que ela está se envolvendo com outro aluno, Emily recebe uma missão aterrorizante.
Wil Parke, carpinteiro, sofre de amnésia. Um dia ele já soube o significado da palavrárida, um artefato com o poder de colocar o planeta em risco. No entanto, não lembra mais. Wil é sequestrado por dois agentes brutais, que acabaram de matar sua namorada, desesperados para impedir que um membro da organização, de codinome Virginia Woolf, cause uma grande destruição.
Em seu novo livro, Max Barry constrói uma trama sombria na qual as palavras são como armas e os tipos mais vis usam como pseudônimos grandes nomes da literatura.


Quando eu era pequena, minha avó me dizia coisas como "muito cuidado com o que você diz, as palavras tem poder". Minha amiga Juliana sempre me repreende quando digo algo derrotista. Segundo ela, o que você diz influencia o que você recebe de volta do universo. A filosofia da minha avó e da minha amiga Juliana vieram a calhar com o enredo do livro. Isso porque em Léxico, palavras são mais perigosas do que armas. E vejam vocês, as pessoas mais perigosas do mundo, são os poetas!

Só um parênteses: Léxico, pode ser definido como o conjunto de palavras em uma língua - dicionário, repertório, grupo de palavras úteis e etc.

A história não chega a ser uma distopia, não se passa em um mundo destruído, com uma realidade oposta à que vivemos. Se eu posso fazer alguma relação, seria como se fosse uma Matrix - existem coisas acontecendo em algum lugar do mundo, mas a maioria das pessoas não tem ciência disso. Nessa realidade paralela, existe uma organização secreta que recruta e treina jovens para controlarem o uso das palavras. Eles se interessam por pessoas que demostram talento com as palavras, principalmente os que tem talento para a persuasão. E um dia, agentes dessa organização encontram Emily Ruff, que é uma garota jovem, simples, que vive de golpes aqui e ali. Ela fugiu de casa muito cedo e ganha a vida trapaceando em jogos de cartas. 
Ao chegar na Academia e conhecer os outros alunos, Emily arruma uma grande confusão porque não consegue encaixar. Ela é uma trapaceira, impulsiva e não lida bem com regras, mas acaba ficando porque seu mentor insiste com a diretora do local que a menina tem um grande talento a ser lapidado.
"Você pode ser uma pessoa inteligente, mas, se deixar outra pessoa filtrar o mundo para você, não tem como analisar criticamente o que está ouvindo"
Os membros dessa organização, aqueles que dominam seu léxico e são capazes de manipular qualquer pessoa apenas com o "dom da palavra", recebem nomes de poetas famosos.
Cada aluno, ao se formar, também recebe o nome de um poeta e esse passa a ser seu nome para sempre. Assim, as pessoas dessa academia passam a ser extremamente perigosas.
Emily não acredita que se encaixe entre aquelas pessoas, mas conforme seu talento vai sendo lapidado, sua mente se expande e ela começa a se destacar.
Pode parecer algo bom mas não é, porque Emily possui uma personalidade incontrolável. Uma Divergente, ops, livro errado.


Na Academia, as aulas ensinam que existem vários tipos de personalidades (segmentação) e como cada uma pode ser suscetível a um conjunto de palavras. Existem palavras que são capazes de manipular, de tornar o cérebro da pessoa receptivo à ordens e desfazer as barreiras de proteção de qualquer pessoa de acordo com sua personalidade. Para saber como manipular alguém, basta observar a sua personalidade para descobrir qual é o seu segmento e quais são as palavras adequadas a serem usadas. 
A coisa mais perigosa para um poeta é deixar transparecer qual é o seu segmento, porque assim ele seria facilmente manipulado. Os poetas escondem todos os traços de sua personalidade, seus desejos, suas expressões - tudo é sistematicamente controlado. Uma mera ruguinha de expressão pode ser fatal.
"Eliot era tão indecifrável quanto um tijolo"
Ao mesmo tempo que conhecemos Emily e tentamos entender a organização e os poetas, vemos um homem sendo sequestrados por agentes misteriosos que estão fugindo dos poetas.
Will Parke não tem a mínima ideia do que está acontecendo e não acredita em nada do que os agentes lhe falam. Ele não consegue entender se está sendo sequestrado ou salvo. Salvo de quem? Ele não sabe, mas obviamente estão sendo perseguidos por pessoas que o querem morto. Alguma coisa em Will, faz com que esses agentes e os poetas tenham interesse nele. Por algum motivo, acredita-se que ele é a única pessoa capaz de resistir à manipulação das palavras. No passado, Will soube o significado de uma palavra muito perigosa, mas esqueceu-se, teve uma amnésia. 
Essa palavra perigosa, foi capaz de destruir uma cidade inteira causando a morte de mais de três mil pessoas. E a palavra continua lá em algum lugar, porque todos que tentaram entrar na cidade depois disso, não voltaram.
Os poetas querem a palavra de volta, os agentes querem impedir que eles consigam e Will precisa acreditar nessa loucura e tentar ficar vivo.
"- Não entendo como pode ser uma palavra.
– É porque você não sabe o que são as palavras.
– São sons.
– Não, não são. Você e eu não estamos grunhindo um para o outro. Estamos transferindo significado. Transformações neuroquímicas estão ocorrendo em seu cérebro neste exato momento por causa de minhas palavras."
Agora é a parte da resenha em que eu preciso parar de falar para não cometer o grande pecado do spoiler (quase tudo que falei está na sinopse também, tá?).
Analisando a construção dessa história, consigo identificar uma crítica do autor que vou explicar aqui. Existem livros, palestras, cursos e workshops sobre uma metodologia de linguagem e comunicação chamada "Programação neurolinguística" (PNL). Não vou me aprofundar nesse caso (pros curiosos: google it), mas a PNL é usada para "programar a mente" das pessoas através de uma comunicação mais positiva. 
Aqui cabem aqueles livros que vemos (geralmente misturados erroneamente) no meio das seções de auto-ajuda. Livros chamados (títulos fictícios) "Como vender qualquer coisa para qualquer um", "Como fazer amigos", "Como convencer seu chefe a te promover", "Como influenciar seus amigos" e blablabla. O que esses livros trazem, são métodos de linguagem assertiva. A PNL pretende ensinar uma comunicação que é melhor recebida pelas pessoas. Aquela coisa de "saber qual argumento usar com cada pessoa", "vender seu peixe" ou "convencer a pessoa porque falou com jeitinho". A PNL vai muito além disso e falando assim parece papo de treinamento de vendedor (e é também, mas não só). Porém, como disse, não vou me alongar e isso pode ser só uma impressão minha que encaixa muito bem na história.


Eu achei uma sacada genial que os vilões serem poetas! Vejam bem, se no livro as palavras são perigosas, quem poderia ser mais perigoso do que pessoas que dominam a palavra? 
Então temos personagens chamados Virginia Woolf, T.S. Eliot, Charlotte Brönte, W. B. Yeats... E todos esses personagens são muito bem trabalhados, cada um tem sua história e suas características e o leitor fica interessado em cada um deles. A visceral Emily, o confuso Will, o enigmático Eliot, a perigosa Virgínia Wollf: todos personagens maravilhosos, indecifráveis e emocionantes.

Max Barry construiu uma trama complexa e eletrizante, que nos prende desde o começo. 
Pode ser meio confuso no começo, porque a história já começa em meio a um caos generalizado, mas existem pontes e um personagem específico que guia o leitor para a compreensão. A história não é clichê, é bem diferente do que vem sendo publicado atualmente. Um thriller original, fascinante e extremamente bem contado, cheio de reviravoltas e surpresas durante o decorrer da trama.

Me faltam adjetivos - talvez eu deva estudar linguística para expandir o meu léxico, mas agora fiquei com medo porque descobri o quanto palavras podem ser perigosas.


Classificação: 5 capuccininhos



Ps: Meu aniversário é em setembro e 
já estou aceitando o livro físico de presente.
Minha estante agradece ♥

Carolina! Na verdade se chama Ana Carolina e não gosta de ser chamada de Ana. Não revela a idade, mas todo mundo diz que aparenta bem menos. Fotógrafa e estudante de Jornalismo. Mudou de área depois de anos insatisfeita com a profissão. Carioca, apaixonante e implicante. Carinha de 8, espírito de 80 anos. Chata, mal humorada e anti-social. Gosta de rimas simples, de frases bobas e é viciada em café. Na vida passada foi um gato tamanha preguiça. Tem mania de ter manias, coleciona coisas inúteis e acha ridículo isso de falar de si mesma em 3º pessoa.

 
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