27.6.12

Bad, bad server... No donuts for you.

Day 343/365 ~
Foto: Amanda Mabel

Eu tenho um monte de coisas pra dizer. São textos, crônicas e versos sem fim. Tenho até rimas, vejam só.
Tenho um monte de histórias para contar. Eu só não sei como. Nem quando. Nem se.
Não sei SE me apetece. Não sei SE interessa a mais alguém. Não sei SE eu ainda consigo verbalizar.

Para escrever do jeito que eu escrevo, é preciso alguma emoção.
Ou motivação. Ou inspiração. Ou sentimento.
Minha escrita é desordenada e sem sentido. É um desabafo que nem sempre o é. É um pulsar no texto que só termina no fim da inspiração, quando esgoto a ideia ou quando termino o que eu queria dizer.
Uma vez recebi um comentário em algum texto perdido por ai, em que a pessoa dizia chegar ao final do texto com falta de ar. E nada tinha a ver com a minha pontuação. Tinha a ver com o sentimento pulsando nas palavras. E é assim que a maioria dos textos são. Coloquem alguma emoção na leitura e vocês vão perceber.

O problema é que tudo isso se perdeu.
E não adianta refazer os caminhos que me trouxeram até aqui. Nem revistar os bolsos das calças recém lavadas. Não está lá.
Agora somos só nos dóis, o papel em branco e eu. Um não-expresso pra dois.
Aquele momento da relação em que você sequer tem assunto com a outra pessoa. O Silêncio constrangedor e o aroma do café. Um tira os pratos, outro lava a louça. Nada a dizer. Nem ao menos "bom dia".
Tarde demais? Sorry... I'm so sorry.

Estou novamente trocando o dia pela noite. Juntando um monte de nada e fazendo mais um tanto de nada. Voltando a um ponto do meu ciclo de vida em que eu não deveria voltar.
But, damned, como não voltar? Eu ando em círculos mas o eixo é o mesmo.
Nesse exato momento, eu deveria estar dormindo. O dia está amanhecendo. É o que faria sentido.
Eu ia programar o blog para publicar um dos rascunhos salvos aqui. Porque é isso que eu tenho feito, tenho publicado rascunhos de textos que escrevi há um, dois, cinco anos atrás.
Mas estou aqui escrevendo um maldito diarinho num blog que nem é diarinho, só porque não consigo mais escrever nada nele. Faz sentido? Claro que não. Se fizesse, não seria eu.

Eu sou esse amontoado de coisas que não fazem o mínimo sentido.
Mas a cada vez que alguém vier me perguntar "como você está", vou simular um ataque epilético. Ou talvez só uma queda de conexão.
O segredo da sobrevivência é se fazer de louco. Da minha, pelo menos.
E minha vida é muito divertida, só que não.
Digo, às vezes é. Quando simulo ataques epiléticos, já que as crises de consciência e personalidade e todas as outras crises que tenho são bem reais. As crises de criatividade, principalmente.

Não sei se essa é exatamente uma crise. Mesmo porque, ela já anda durando demais. Acho mesmo que a fonte secou. Bad news.
Sabem como é? Tipo quando você esgota todas as possibilidades de diagnóstico. É simplesmente mortal. E você simplesmente morre e não é lúpus. Chegou a hora e pum. Cabô você, cabô. Parece ser assim com a minha criatividade.
Já nem sei argumentar. Nem mesmo em assuntos que eu domino.
E isso é uma questão bem grande, na verdade. Eu sequer tenho vontade de conversar. Argumentar dá muito trabalho. Falo anham, unhum, seicomé, acontece... E pronto, já fui bastante sociável pra um diálogo. Porque olha... eu tenho preguiça das pessoas. Exagero? Na verdade é um esforço imenso.

Então, o que eu quero dizer com tudo isso, é que não adianta ouvir um "só depende de você" ou "dê um tempo" ou coisas assim.
Se só depende de mim mesma é ai que mora o problema.
Depender de mim nunca é uma condição sensata.
Também não depende da ajuda de alguém. Ou de um empurrãozinho da vida do universo e de tudo o mais.

A verdade, a verdade mesmo, é que eu cansei.
E não sei se todo o repouso do mundo vai dar jeito em alguma coisa.
Ou se toda a força do mundo pra levantar desse cansaço vai mudar algo.
E sim, é nesse ponto em que vocês percebem que eu não estive falando apenas sobre escrever ou ter inspiração. Esse é o ponto em que vocês ligam o que eu disse no começo com o que vou dizer agora.
Não tenho emoções a compartilhar. Nem motivações. Muito menos inspirações ou sentimentos.
Não consigo criar histórias ou personagens. Nem inventar uma combinação de palavras bonitas organizadas em frases e mais frases criativas. Talvez explique a crise? Talvez. Talvez explique o silêncio? É possível.
Mas ao mesmo tempo não explica e nem resolve coisa alguma. Isso aqui ainda é um imenso diarinho mimimi que ninguém vai ler. E quem ler, não vai entender, porque na verdade, não faz sentido.

E eu preciso dormir. Porque ficar escrevendo insanamente, só porque estou obcecada em falar bobagens pra ver se consigo calar a boca dessa maldita voz na minha cabeça, também não resolve coisa alguma.

E na verdade, eu acho que nem estou tentando resolver. Mas essa é só mais uma teoria.
Sorry about this.



Ps: E se você acompanha pelo Reader, SIM, eu editei o texto depois de postado. Leiam de novo.
E não, eu nunca tinha feito isso antes. Me julguem.

7.6.12

Diálo(N)gos...

In clown mode...
Foto: Carf - Children At Risk Foundation

Discutindo com minha mãe sobre o melhor presente pra uma menininha:

-As menininhas hoje em dia são muito adultas, mãe. Só querem saber de sapatos e maquiagens.
-Ah, eu odiava quando você ganhava estojinhos de maquiagem
-Hum?
-Você borrocava a cara toda, as paredes, as roupas... Ficava parecendo uma palhaça!
-...
-...
- Pois é mãe... não se pode negar a vocação quando ela aparece ainda criança, né?


Climão Manêro! VISH

4.6.12

Bagunça

365 project (322/365)
Foto: Larissa Coutinho

Tudo meu é bagunçado. Meu quarto é bagunçado. Minha cabeça é bagunçada. Minha vida é bagunçada. Acho que bagunça é meu verdadeiro signo... Meu jeito de sentir é bagunçado. Meus pensamentos, meus sentimentos... Tudo bagunçado.
Então, o meu jeito de te querer, também é bagunçado
Fico imaginando a sua reação, se eu chegasse e falasse bem baixinho no seu ouvido: "Ei moço, eu casaria contigo!"
Eu acho que você iria rir. Não de deboche ou coisa assim.
Você riria simplesmente por não saber o que responder.

É que você é assim mesmo. Não é?
Tem gente quem tem cara de sorriso. Você olha a pessoa e jura que ela está para sorrir a qualquer momento... Gosto assim.
Mas eu sou tão bagunçada nessa vida, que o mais provável é que eu não diga nada.
Fazer o que?
Uns nascem para sorrir. Eu nasci pra bagunçar...

Será que você deixaria eu bagunçar sua vida um pouquinho, moço do sorriso fácil?

Carolina! Na verdade se chama Ana Carolina e não gosta de ser chamada de Ana. Não revela a idade, mas todo mundo diz que aparenta bem menos. Fotógrafa e estudante de Jornalismo. Mudou de área depois de anos insatisfeita com a profissão. Carioca, apaixonante e implicante. Carinha de 8, espírito de 80 anos. Chata, mal humorada e anti-social. Gosta de rimas simples, de frases bobas e é viciada em café. Na vida passada foi um gato tamanha preguiça. Tem mania de ter manias, coleciona coisas inúteis e acha ridículo isso de falar de si mesma em 3º pessoa.

 
Expresso pra Dois © Todos os direitos reservados :: Ilustração por Rafaela Melo :: voltar para o topo