19.8.07

Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll


"Comece pelo começo,
siga até chegar ao fim
e então, pare".
~Lewis Carroll


Eu diria: comece a ler este livro pelo começo e não pare até chegar ao fim.
Eu falei desse livro no fotolog outro dia, comentei com uma amiga sobre ele e fiquei com uma vontade imediata de escrever sobre o livro.
O que eu reparo, infelizmente, é que muitas pessoas não fazem idéia de como esse livro é bom, intrigante e metafórico. As pessoas se prendem na ‘versão disneylândia’ da obra e não se encantam verdadeiramente com o país das maravilhas de Lewis Carrrol.

Eu acho a adaptação da Disney para o cinema uma das mais bem feitas da história. No entanto, deixou Alice com aspectos mais infantis do que os que eu vejo no livro.
Mas afinal, a duvida nunca foi esclarecida: é um livro para crianças ou para adultos?
As crianças interpretam o livro pela magia retratada, os adultos pelas metáforas.
Eu creio que a intenção de Lewis Carroll, foi criar esse universo mágico de Alice para ser interpretado por todas as faixas etárias. É um livro para crianças, sobre crianças, sobre descobertas, sobre adultos, sobre um monte de outras coisas que você só descobre lendo...



Na minha concepção, a história desse livro quer dizer muito mais do que uma maluca festa de chá, uma conversa com flores falantes ou outras aventuras no universo fantasioso que o livro propõe.
Falando por alto, Alice é uma menina esperta que por não ter muito o que fazer dos seus dias, vive entediada e aborrecida. Um dia, Alice estava com sua irmã tentando entender que graça poderia haver em um livro sem gravuras e nem diálogos, quando vê um Coelho Branco olhando um relógio e saindo apressado dizendo-se atrasado. Curiosa, Alice o segue e acaba caindo em uma toca de coelho que tem um buraco muito fundo, até chegar a uma porta que na verdade, é uma passagem para um reino encantado – o País das Maravilhas.


“Posso explicar uma porção de coisas, mas não posso explicar a mim mesma”.
~Alice respondendo a Lagarta quando esta lhe pergunta “quem é você?”


Lewis Carroll não escreveu uma história concisa, com uma trama linear, Alice no País das Maravilhas é um emaranhado de acontecimentos aleatórios, elementos figurativos, desejos ocultos, mensagens subliminares [porque não?], indagações sobre caráter e moral. Alice perambula pelo mundo encantado e as coisas não acontecem em seqüência. A história não tem uma ordem, ela vai se deparando com os personagens estranhos ao longo do caminho, alguns deles, inseridos na história sem um contexto propriamente dito. [como a vida, né?]

Não acredito também que o livro tenha sido escrito sem propósito. Alice passa por varias experiências, descobre coisas que não sabia, tem que lidar com situações novas, personagens esquisitos, personagens de caráter duvidoso, analises de seu próprio caráter...
Como quando a Lagarta pergunta a Alice “quem é você” e não aceita respostas superficiais deixando Alice irritada por não saber como responder, quando Alice pergunta o caminho e o Gato lhe responde que se ela não sabe para onde está indo qualquer caminho serve, dos questionamentos de Alice sobre estar vivendo um mundo que não existe, da rainha que corta as cabeças dos súditos por motivos banais...
Então eu pergunto: Alice se encaixa em nosso mundo que não tem nada de maravilhoso?
Quantas vezes nos perguntamos quem somos e para onde devemos ir? Quantas vezes nos julgamos apressados, correndo de um lado para o outro, sempre contra o tempo? Quantas vezes ficamos estarrecidos vendo pessoas serem mortas por motivos banais? Quantas vezes somos movidos por nossa curiosidade e saímos por ai seguindo um coelho branco, sem saber onde vamos chegar?





Existem estudos que apontam esta obra como alusões á adolescência, devido às passagens em que Alice parece crescer de modo desenfreado, a sua busca de identidade, construção de caráter, formação de identidade... Ou em outras passagens, em que ela se sente diminuída ou tenta se mostrar mais inteligente e/ou culta do que é. Comportamentos típicos de adolescentes.

Outros dizem que Alice teve um surto psicótico ou uma viagem alucinógena.
Mas eu não vou entrar nesse papo, se não escrevo um livro e não um texto.
Deixo na responsabilidade de cada um analisar e tirar suas próprias conclusões, a começar pelo julgamento se tudo não passou do um sonho de uma menina ou não...

Eu sugiro para os adultos [e pseudo-adultos] que estão lendo esse texto, que deixem as crianças com o universo lúdico de Lewis Carroll e analisem o lado metafórico da fábula.
Boa Viagem...



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“Acontece que essa vida por aqui pode ser bem divertida, de tão estranha que é!”


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Carolina! Na verdade se chama Ana Carolina e não gosta de ser chamada de Ana. Não revela a idade, mas todo mundo diz que aparenta bem menos. Fotógrafa e estudante de Jornalismo. Mudou de área depois de anos insatisfeita com a profissão. Carioca, apaixonante e implicante. Carinha de 8, espírito de 80 anos. Chata, mal humorada e anti-social. Gosta de rimas simples, de frases bobas e é viciada em café. Na vida passada foi um gato tamanha preguiça. Tem mania de ter manias, coleciona coisas inúteis e acha ridículo isso de falar de si mesma em 3º pessoa.

 
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