21.8.07

Sinceridade

"Quando falo com sinceridade, não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe"
[Fernando Pessoa]


Sabe quando bate aquele necessidade de dizer umas verdades na cara, na lata, na vara?
Eu tenho muito disso... E é urgente, é sempre urgente que me bate essas urgências de falar no real, no duro, a limpo...
Ainda mais se sei que EU estou certa, mesmo porque, é dificil saber que EU estou errada - e quando estou, bem, tem que me convencer do motivo.
Então, se não me mostrar e não me convencer que estou errada, não estou e ponto final!
Eu não entrego minhas verdades sem argumentar, não dou o braço a torcer, não sou fácil de convencer...
Não é que eu queira estar sempre com a razão, mas se alguém não vê razão no que digo/faço, tem que mostrar porque, oras bolas.

Eu sou boa em discussões, gosto de discussões - as melhores são aquelas que nos deixam com raiva. Eu acredito no poder criativo da raiva e na quebra de máscaras que ela, a raiva, proporciona.
O Eric constumava me dizer, na época das nossas brigas faraônicas, que nas discussões mostramos nosso pior lado e somos capazes de dizer tudo na hora da raiva. Eu dizia a ele que, se mesmo mostrando nossos piores lados e brigando do jeito que brigávamos nós continuamos amigos, não haveria nada no mundo capaz de abalar nossa amizade.
Por outro lado, por muito menos, histórias da minha vida acabaram.
Por desavenças bobas, por mal entendidos, por palavras mal colocadas nas frases...
Eu acredito que relações que sobrevivem a grandes discussões, tendem a se estender por muitos anos.
Mas há quem discorde de mim.

No entanto, em momentos de raiva ou de candura, em conversas afiadas, venenosas ou em discussões, eu costumo ser muito sincera.
Sincera ao ponto de ofender e aproveitar pra involuntariamente jogar na cara mostrar o quanto a pessoa está errada, que deveria se envergonhar, tomar uma atitude, reconhecer o erro, reconsiderar, se realinhar...
Eu sou de extremos, vou desde o "espírito pacificador" até a "semeadora de guerras".
Eu tenho crises de choro, crises de riso, eu mudo de opinião, de tática, de discurso, mudo muito de humor mas não sou bipolar eu acho
E eu não sei "porque que a gente é assim", mas eu tento ser sincera em tudo que eu faço ou falo...

Porque estou dizendo isso?
Esses dias descobri que não sou tão monstro quanto eu penso.
Uma pessoa que nem tem muito contato comigo, veio me contar algo que esta acontecendo com ela no trabalho, sobre umas pessoas que estão queimando o filme dela e no quanto estava se sentindo humilhada e forçada ao papel deprimente de vítima. Conversei seriamente com ela, mas dei de ombros pra questão dela vir pedir conselho a mim, porque eu mesma acho que não sou a melhor pessoa para aconselhar ninguém, mas o que me espantou foi o que ela disse:
"Vim falar com você, porque sei que eu estando certa ou errada, você vai ser sincera"

O fato é que, se me pedir opinião, tem que estar disposto a ouvir, mesmo que eu diga o que não devo e o que ninguém gostaria de ouvir.
Minha mãe diz que eu não me esforço pra ser agradável, mas eu acho que ela não está tão certa, mesmo que tenha razão.
Eu não sou de meias palavras e mimimis - quando tem que falar na lata, no duro, eu falo.
Vai ver que é por isso que tanta gente que não gosta de mim...


...As Algumas pessoas não gostam de sinceridade!!!



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Carolina! Na verdade se chama Ana Carolina e não gosta de ser chamada de Ana. Não revela a idade, mas todo mundo diz que aparenta bem menos. Fotógrafa e estudante de Jornalismo. Mudou de área depois de anos insatisfeita com a profissão. Carioca, apaixonante e implicante. Carinha de 8, espírito de 80 anos. Chata, mal humorada e anti-social. Gosta de rimas simples, de frases bobas e é viciada em café. Na vida passada foi um gato tamanha preguiça. Tem mania de ter manias, coleciona coisas inúteis e acha ridículo isso de falar de si mesma em 3º pessoa.

 
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