do ant. soedade, soidade, suidade Lat. solitate, com influência de saudar s. f., lembrança triste e suave de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de as tornar a ver ou a possuir; pesar pela ausência de alguém que nos é querido; nostalgia;
Bom, eu acho que posso definir "saudade" de outro modo...
“*Enquanto houver você do outro lado, aqui do outro eu consigo me orientar”.Aqui do outro lado, eu tenho a certeza de que deveríamos estar do mesmo lado.
Eu prometi que postaria depois do carnaval, mas confesso que não consegui pensar em nada.
Nada que não fosse ele.
Porque não tem como pensar eu outra coisa, não tem como mesmo...
De dezembro até aqui, eu vivi com a expectativa de chegar em Porto Alegre dia 02 de Fevereiro e reencontrar aquela metade que me falta pra ser completa.
Eu fui longe, mas não longe o bastante, porque fico com aquela sensação de que deveria ir além. Caso contrário, não estaria onde estou agora, a milhas e milhas de distância novamente.
Acho que eu não sabia que estava com tanta saudade, até conseguir aquele abraço protetor novamente.
É aquele abraço, onde digo muito sem dizer nada e ouço muito sem que ele diga uma só palavra.
E a troca das passagens, né?
Eu, que deveria voltar pro RJ na quarta-feira de cinzas, troquei a passagem pra voltar na segunda-feira, depois do carnaval. Sem compromisso de emprego, porque fui demitida na quinta-feira, quase véspera do carnaval, penso que nem deveria ter voltado de Porto Alegre.
Atalhos, retalhos da minha alma, sobras de assuntos pendentes a resolver no RJ. =(
Namorar a distância tem dessas coisas! É o paraíso chegar, reencontrar a pessoa, viver como se estivesse sonhando - e o pesadelo de ter que voltar, se separar novamente, choro, dor, saudade... Planos...
Enfim, estávamos no paraíso. Aquele momento que nos reencontramos e esquecemos tudo de ruim que tínhamos passado longe um do outro. Aquele momento, sim, vale toda espera! Aquele paraíso onde só eu e ele podíamos alcançar.
Nenhum pensamento pessimista, nenhuma dor, nenhum motivo para chorar, a não ser que fosse de alegria.
Amor...
Sim, sim... Amor!
Daqueles que não te deixam dúvidas, que te cegam pras dificuldades e te fazem acreditar que você é um superatleta invencível, capaz de correr verdadeiras maratonas, superar obstáculos, barreiras e conquistar o inatingível.
Amor daqueles que não te deixam pensar: "é difícil", mas que te impulsiona a acreditar que "é possível!”.
E é possível porque eu quero que seja! Porque do teu lado, eu consigo! E porque vale a pena! Vale a espera! Vale a luta!
E "da luta não me retiro" - como Anitelli costuma dizer.
O Anitelli... Aquele das canções que marcam tantos momentos.
Daquelas canções que eu já não consigo ouvir sozinha. Não sem me acabar em lágrimas, porque são músicas que compõem a trilha sonora de uma saudade, de uma ausência que faz silêncio em todo lugar.
Seja numa mala que eu, por dias, não consegui desfazer, ou pelo choro ao reler aquele cartão, recebido assim que desembarquei na cidade onde fui mais feliz do que nunca tinha sido em toda minha vida.
Esquecer completamente a importância de detalhes fúteis como secador, chapinha e maquiagem, porque você acorda entre carinhos, ouvindo elogios e não sente a mínima vontade de sair daquele colo.
Sair de casa e ter a sensação que o mundo é um lugar esquisito, que as pessoas parecem estranhas e querer voltar logo pra casa, pra perceber o único sentido que existe: nós!
Ficar ao lado dele, prendendo o choro enquanto o escuta ler aquela parte, daquele livro, daquele autor, que você não sabe se ele sabe que você adora.
Isso tem preço? Pra mim não...
Agora é o som da risada dele ecoando dentro de mim, me matando de saudade.
Seja aquela gargalhada contagiante, aquele sorriso matador ou aquele riso desesperado que eu entendo muito bem!
Ele é assim!
Alguém com quem eu posso rir, chorar, brincar, falar bobagens ou contar as minhas angústias.
Alguém que pára o que estiver fazendo pra ouvir, pra dar um abraço ou fazer um carinho.
Alguém que se preocupa e cuida de mim quando me sinto mal ou quando a minha garganta não vai muito bem.
Que me olha de um jeito único, que adora encher meu cabelo de nós e adora que eu faça bagunça o cabelo dele.
Que não se prende em bobagens, mas guarda o essencial de cada momento.
Raro...
“*Como arroz e feijão, é feita de grão em grão a nossa felicidade”
E quando encontro você, nem me lembro do que foi diferente!
Eu não vou conseguir falar nada de diferente do que estou dizendo.
Se me perguntarem como foi a viagem, eu vou falar dele.
E Porto Alegre? Sim, muito bonita! Especialmente vista do alto, naqueles momentos que o avião se prepara pra pousar e você pensa: "enfim, cheguei!".
Mas horrorosa quando o avião decola e você vê ficando pra trás tudo de mais bonito que você não queria se afastar.
O Rio de Janeiro continua lindo, mas por algum motivo, achei tenebroso quando o avião estava pousando, me trazendo de volta pra cá, pra longe dele novamente.
Acho que encerro o post por aqui, antes que ele vire um livro.
E Acho que encerro assim mesmo, sem concluir o raciocínio. Mesmo porque, um pensamento nele sempre leva a outro - é um ciclo! E é um ciclo vicioso!!!
Eu teria ainda muitas coisas a dizer, mas confesso que já não consigo enxergar essa tela embaçada. E não é falta de inspiração, porque eu tenho a inspiração certa (aquela onde ele *respira pra me inspirar em poesia que não acaba) Eu ainda tenho muito, muito que dizer e espero que um dia eu consiga fazer isso e consiga estabelecer uma métrica ou um ponto de raciocínio.
"E são apenas meias palavras sem sentido, que de tão sentidas, se sentem obrigadas a serem citadas" - Trevisan
Por enquanto, tudo que eu consigo, são essas palavras embaralhadas em meio a uma saudade que parece que vai me consumir.
E por mais que me corroa por dentro, por mais que eu chore de saudade e acorde com aquela sensação de vazio, eu não faria nada, nada mesmo, absolutamente nada de diferente! Faria e farei tudo de novo! Até chegar o dia que eu não vou mais precisar de despedidas, porque tudo que eu preciso, enfim, se juntará numa coisa só: eu e ele!
“*Simples como qualquer palavra
Que eu já nem preciso falar”.
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