21.4.08

Uma Carta...

"Mas hey Mãe, por mais que a gente cresça, tem sempre alguma coisa que a gente não consegue entender"
~Humberto Gessinger



Por mais que eu me ache mulher, você sempre vai me ver como menina.
E essa menina tem trilhado vários caminhos, Mãe.
Alguns que me levarão para longe de você se eu continuar caminhando.
Mas Mãe, você nunca quis impedir os meus passos, embora você saiba para onde eles vão
Você sabe qual a importância da minha caminhada, Mãe
E sabe que quando eu vou pelo caminho errado, é pro teu colo que eu volto
De tantas vezes que eu chorei meus erros embaixo do teu cafuné
E de tantas outras vezes, que sem saber o que dizer,
Você me fazia um chá ou um café pra me acalmar as dores da alma
Mãe, você mais do que ninguém sabe o quanto eu sou teimosa
E do quanto posso ser insistente com as coisas que quero, com as decisões que eu tomo
Essa inquietação que você tem notado, é a certeza de que eu não quero desistir, Mãe
Não dessa vez
Eu preciso encontrar esse caminho, eu preciso chegar nesse destino, eu preciso não fracassar dessa vez
Você sabe que eu sonho demais, mas não sei como planejar esses sonhos
Eu crio esse mundo de palavras, deduzindo o que posso ser, se eu tentar ser quem sou
Ou que eu ainda posso ser
Eu sei que eu posso chegar lá, se dessa vez eu não olhar pras próprias pegadas
Me ensina, Mãe
Me ensina como eu posso chegar, como eu posso alcançar
Me estende a tua mão quando eu cair, mesmo que eu, orgulhosa, diga que não preciso da tua ajuda
Você sabe que eu preciso, Mãe! E sabe do quanto eu preciso, porque mesmo que eu não admita, vou precisar sempre!
Diz aquilo que eu preciso ouvir, mesmo que eu finja que não estou escutando
E me mostre que se eu sou a mulher que eu penso que sou, é só por causa da menina que você vê em mim

Mãe, eu tenho andado por caminhos que eu nem sei pra onde vão
Mas se me levarem pra longe de você, saiba que eu volto
É pro teu colo que eu sempre volto, Mãe
Com um rio de lágrimas ou de risos...

Mas agora lá fora, o mundo todo ainda parece uma ilha...

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Carolina! Na verdade se chama Ana Carolina e não gosta de ser chamada de Ana. Não revela a idade, mas todo mundo diz que aparenta bem menos. Fotógrafa e estudante de Jornalismo. Mudou de área depois de anos insatisfeita com a profissão. Carioca, apaixonante e implicante. Carinha de 8, espírito de 80 anos. Chata, mal humorada e anti-social. Gosta de rimas simples, de frases bobas e é viciada em café. Na vida passada foi um gato tamanha preguiça. Tem mania de ter manias, coleciona coisas inúteis e acha ridículo isso de falar de si mesma em 3º pessoa.

 
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