6.9.08

Língua de Trapo

Criando minhas próprias tempestades...

Eu falo demais. Eu sempre tive essa mania chata, feia, boba: eu falo demais. E por falar de mais, falo o que não devo e até mesmo o que não quero. E constantemente também falo coisas que as pessoas não gostam de ouvir. Aí é aquela coisa. A gente fala a besteira, reconhece o erro, pede desculpas, mas sabe que a pessoa ficou chateada. A gente nota pelo "eu desculpo" ou coisa similar que se ouça. Ai a gente não sente firmeza no "eu desculpo", porque quando a gente se importa mesmo com uma pessoa, quer ter certeza que foi perdoado, que a pessoa não vai ficar chateada com você. O pedido de desculpa, em si, não altera nada. É quase uma formalidade, é um reconhecimento que você errou. E quando a pessoa diz que te desculpa, ela aceitou que você errou e reconheceu o erro - mas isso não isenta a chateação, a mágoa, a dor que você possa ter causado nela. A “desculpa” não altera nada. Mas e aí? Na falta de um olho-no-olho e de um abraço-limpa-mágoas, o que fazemos? Vocês eu não sei, mas sabe macaco de circo sem treinador experiente, tentando disfarçar que fez besteira, que não acertou a acrobacia? Sabe palhaço desmotivado, que por mais que faça piadas, você não acha graça? Acha deprimente? É mais ou menos assim: você fica querendo mudar de assunto, fazer festa, firula e jogar confetes de um carnaval que não está brincando. E por mais que você tente, a pessoa não acha graça. Ou seja: você cagou tudo. E por mais que a pessoa tenha dito que te desculpa, você SABE que ela ficou chateada, triste e você torce freneticamente para que ela não tenha ficado magoada.
Poizé! Isso acontece com pessoas como eu, que falam demais e sem pensar.

E essa noite, em algum lugar do planeta, alguém foi dormir chateado comigo... certeza!

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Carolina! Na verdade se chama Ana Carolina e não gosta de ser chamada de Ana. Não revela a idade, mas todo mundo diz que aparenta bem menos. Fotógrafa e estudante de Jornalismo. Mudou de área depois de anos insatisfeita com a profissão. Carioca, apaixonante e implicante. Carinha de 8, espírito de 80 anos. Chata, mal humorada e anti-social. Gosta de rimas simples, de frases bobas e é viciada em café. Na vida passada foi um gato tamanha preguiça. Tem mania de ter manias, coleciona coisas inúteis e acha ridículo isso de falar de si mesma em 3º pessoa.

 
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