24.2.08

Das pequenas coisas que te compõem

A Ana D perguntou, a Clara-Lu respondeu, a Jana foi no embalo e eu peguei uma carona.
Não, eu jamais vou admitir que tô sem cabeça pra pensar em post e blog.


Quais as coisas que você acumulou e que te compõem?



Saudade. Livros. Cd's. Allstar. Óculos de sol. Cangas. Biquínis. Almofadas. Bichos de pelúcia. Elefantes. Cadernos de desabafos. Textos inacabados salvos no computador. Mural de fotos. Fotos de bobagens. Caixas de fotos. Arquivos de fotos. Muitas, muitas fotos. Fotografias recortadas em jornais e folhas amiúde. Saudade. Cartas de amigos e ex-amigos. Mp3. Perfumes, cremes, maquiagem e protetores fator 15 ou 30. Papéis. Ciúme. Impulsividade. Viagens. Telefone. Hermann Hesse. Renato Russo. Toc. Dda. Calvin e Hobbes. Saudade. Lojas de brinquedos. Filosofias inesperadas. Bijuterias (muitas bijuterias). Nenhum piercing e 2 tatuagens que se fundem numa só. Mafalda. Incompatível com datas, horários, compromissos. Musica independente. Teatro, música, circo, dança, poesia. Sorvete de baunilha. Saudade - toda feita de saudade. Garfield. Trident de canela. Pão de queijo. Lasanha. Já fui o prodígio da família. Hoje sou uma farsa. Anti-social. Mau humor X bom humor e humor negro. Piadinhas fora de horário. Malabares. Cheia de manias. Implicante, impaciente e insistente. Faladeira. Dificuldade de concentração e falta de foco. Labirintos interiores. Contestar sempre. Saudade. Mania feia de dar opinião (principalmente quando não pediram). Impaciente. Snoopy e Charlie Brown (não o Jr., o Penauts). Pratica, muito prática. Ainda quero uma casa no campo onde eu possa compor muitos rocks rurais. Plantar amigos, discos e livros. Esquecimentos freqüentes. Tolerância zero (ou quase zero) com a estupidez humana. Tolerância zero com mimimi. Imediatista. Pânico do ultimo minuto. Dormir de conchinha. Amante de um sorriso. Amor por um gaúcho que mora longe. A Causa da saudade. McDonalds e MC lanche feliz (quando o brinquedo vale a pena). Café, café, café e café. Expresso, capuccino com creme, sem creme... Café! Explosiva. Primeiro a fala e depois o pedido de desculpa (ou não). Ainda quero escrever um filho, ler uma árvore e plantar um livro. Cantora de banheiro. Alguns bons amigos, ás vezes bebendo e de bem com a vida. Frases: "será que é pedir demais?", "coleguinha, isso sai hoje ainda?", “mas isso não faz o mínimo sentindo”, "porque não?", "porque, por que, porquê, por quê?". Imprevisível e previsível - mas não ao mesmo tempo. Vinho e coca-cola. Chocolate. Saudade. Segundo disseram, olhos de melancolia. Moleca. Tia coruja. Antipática, a não ser quando convém ser o inverso. Preocupações com cabelo e balança. Escrever, ler, re-ler, pensar e re-pensar. Sonhos... um acumulado de sonhos e planos a realizar. Algumas dúvidas e muitas certezas. Um grande amor.
Uma incógnita que ama outra incógnita.



A perfeição é feita de pequenos detalhes - não é apenas um detalhe.
(Michelangelo)

*Sem músicas no fim do post
Preguiça de procurar links

18.2.08

Saudade tem no Dicionário?

Saudade
do ant. soedade, soidade, suidade Lat. solitate, com influência de saudar s. f., lembrança triste e suave de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de as tornar a ver ou a possuir; pesar pela ausência de alguém que nos é querido; nostalgia;

Bom, eu acho que posso definir "saudade" de outro modo...


*Enquanto houver você do outro lado, aqui do outro eu consigo me orientar”.Aqui do outro lado, eu tenho a certeza de que deveríamos estar do mesmo lado.

Eu prometi que postaria depois do carnaval, mas confesso que não consegui pensar em nada.
Nada que não fosse ele.
Porque não tem como pensar eu outra coisa, não tem como mesmo...

De dezembro até aqui, eu vivi com a expectativa de chegar em Porto Alegre dia 02 de Fevereiro e reencontrar aquela metade que me falta pra ser completa.
Eu fui longe, mas não longe o bastante, porque fico com aquela sensação de que deveria ir além. Caso contrário, não estaria onde estou agora, a milhas e milhas de distância novamente.
Acho que eu não sabia que estava com tanta saudade, até conseguir aquele abraço protetor novamente.
É aquele abraço, onde digo muito sem dizer nada e ouço muito sem que ele diga uma só palavra.

E a troca das passagens, né?
Eu, que deveria voltar pro RJ na quarta-feira de cinzas, troquei a passagem pra voltar na segunda-feira, depois do carnaval. Sem compromisso de emprego, porque fui demitida na quinta-feira, quase véspera do carnaval, penso que nem deveria ter voltado de Porto Alegre.
Atalhos, retalhos da minha alma, sobras de assuntos pendentes a resolver no RJ. =(

Namorar a distância tem dessas coisas! É o paraíso chegar, reencontrar a pessoa, viver como se estivesse sonhando - e o pesadelo de ter que voltar, se separar novamente, choro, dor, saudade... Planos...

Enfim, estávamos no paraíso. Aquele momento que nos reencontramos e esquecemos tudo de ruim que tínhamos passado longe um do outro. Aquele momento, sim, vale toda espera! Aquele paraíso onde só eu e ele podíamos alcançar.
Nenhum pensamento pessimista, nenhuma dor, nenhum motivo para chorar, a não ser que fosse de alegria.

Amor...
Sim, sim... Amor!
Daqueles que não te deixam dúvidas, que te cegam pras dificuldades e te fazem acreditar que você é um superatleta invencível, capaz de correr verdadeiras maratonas, superar obstáculos, barreiras e conquistar o inatingível.
Amor daqueles que não te deixam pensar: "é difícil", mas que te impulsiona a acreditar que "é possível!”.
E é possível porque eu quero que seja! Porque do teu lado, eu consigo! E porque vale a pena! Vale a espera! Vale a luta!
E "da luta não me retiro" - como Anitelli costuma dizer.

O Anitelli... Aquele das canções que marcam tantos momentos.
Daquelas canções que eu já não consigo ouvir sozinha. Não sem me acabar em lágrimas, porque são músicas que compõem a trilha sonora de uma saudade, de uma ausência que faz silêncio em todo lugar.
Seja numa mala que eu, por dias, não consegui desfazer, ou pelo choro ao reler aquele cartão, recebido assim que desembarquei na cidade onde fui mais feliz do que nunca tinha sido em toda minha vida.
Esquecer completamente a importância de detalhes fúteis como secador, chapinha e maquiagem, porque você acorda entre carinhos, ouvindo elogios e não sente a mínima vontade de sair daquele colo.
Sair de casa e ter a sensação que o mundo é um lugar esquisito, que as pessoas parecem estranhas e querer voltar logo pra casa, pra perceber o único sentido que existe: nós!
Ficar ao lado dele, prendendo o choro enquanto o escuta ler aquela parte, daquele livro, daquele autor, que você não sabe se ele sabe que você adora.
Isso tem preço? Pra mim não...

Agora é o som da risada dele ecoando dentro de mim, me matando de saudade.
Seja aquela gargalhada contagiante, aquele sorriso matador ou aquele riso desesperado que eu entendo muito bem!

Ele é assim!
Alguém com quem eu posso rir, chorar, brincar, falar bobagens ou contar as minhas angústias.
Alguém que pára o que estiver fazendo pra ouvir, pra dar um abraço ou fazer um carinho.
Alguém que se preocupa e cuida de mim quando me sinto mal ou quando a minha garganta não vai muito bem.
Que me olha de um jeito único, que adora encher meu cabelo de nós e adora que eu faça bagunça o cabelo dele.
Que não se prende em bobagens, mas guarda o essencial de cada momento.
Raro...

*Como arroz e feijão, é feita de grão em grão a nossa felicidade”
E quando encontro você, nem me lembro do que foi diferente!

Eu não vou conseguir falar nada de diferente do que estou dizendo.
Se me perguntarem como foi a viagem, eu vou falar dele.
E Porto Alegre? Sim, muito bonita! Especialmente vista do alto, naqueles momentos que o avião se prepara pra pousar e você pensa: "enfim, cheguei!".
Mas horrorosa quando o avião decola e você vê ficando pra trás tudo de mais bonito que você não queria se afastar.
O Rio de Janeiro continua lindo, mas por algum motivo, achei tenebroso quando o avião estava pousando, me trazendo de volta pra cá, pra longe dele novamente.

Acho que encerro o post por aqui, antes que ele vire um livro.
E Acho que encerro assim mesmo, sem concluir o raciocínio. Mesmo porque, um pensamento nele sempre leva a outro - é um ciclo! E é um ciclo vicioso!!!
Eu teria ainda muitas coisas a dizer, mas confesso que já não consigo enxergar essa tela embaçada. E não é falta de inspiração, porque eu tenho a inspiração certa (aquela onde ele *respira pra me inspirar em poesia que não acaba) Eu ainda tenho muito, muito que dizer e espero que um dia eu consiga fazer isso e consiga estabelecer uma métrica ou um ponto de raciocínio.

"E são apenas meias palavras sem sentido, que de tão sentidas, se sentem obrigadas a serem citadas" - Trevisan
Por enquanto, tudo que eu consigo, são essas palavras embaralhadas em meio a uma saudade que parece que vai me consumir.
E por mais que me corroa por dentro, por mais que eu chore de saudade e acorde com aquela sensação de vazio, eu não faria nada, nada mesmo, absolutamente nada de diferente! Faria e farei tudo de novo! Até chegar o dia que eu não vou mais precisar de despedidas, porque tudo que eu preciso, enfim, se juntará numa coisa só: eu e ele!


*Simples como qualquer palavra
Que eu já nem preciso falar”.


*Diversas citações de Fernando Anitelli

Carolina! Na verdade se chama Ana Carolina e não gosta de ser chamada de Ana. Não revela a idade, mas todo mundo diz que aparenta bem menos. Fotógrafa e estudante de Jornalismo. Mudou de área depois de anos insatisfeita com a profissão. Carioca, apaixonante e implicante. Carinha de 8, espírito de 80 anos. Chata, mal humorada e anti-social. Gosta de rimas simples, de frases bobas e é viciada em café. Na vida passada foi um gato tamanha preguiça. Tem mania de ter manias, coleciona coisas inúteis e acha ridículo isso de falar de si mesma em 3º pessoa.

 
Expresso pra Dois © Todos os direitos reservados :: Ilustração por Rafaela Melo :: voltar para o topo