23.1.09

Fernão Capelo Gaivota - Richard Bach

Esses dias eu estava conversando com uma amiga, indicando alguns livros para ela ler, num papo daqueles que “você não pode morrer antes de ler isso”, estando bem longe (suponho) da morte.
E me ocorreu que nunca falei em nenhum dos meus blogs sobre um dos livros que eu mais gosto e indiquei pra minha amiga.
Pois é... Esse blog está num clima tão literário...


Algumas pessoas passam pela experiência de se sentir inadequadas á determinadas situações ou locais que freqüentam. Outras tentam a todo custo se adaptar a sociedade em que vivem (eu diria que a maioria). Mas algumas pessoas, não se conformam com o que vêem e tentam a todo custo mudar a realidade ao seu redor. Esses, geralmente são tidos como loucos, sonhadores, idealistas...
Pessoas que se dedicam a conscientizar as pessoas para causas como preservação da fauna e da flora, maus tratos á crianças e idosos, ações sociais para auxílio dos mais necessitados e etc...
A lista é grande!

Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach, usa metáforas para traçar esse panorama através do comportamento de Gaivotas.
Fernão, personagem central do livro, era uma gaivota que não se contentava em ser como as outras gaivotas do seu bando. As gaivotas voam apenas para conseguir seu alimento e se contentam em ter como comer e sobreviver. Não esperam nada além disso. Fernão achava que com empenho, poderia voar cada vez mais alto, cada vez mais longe (como as águias), ao invés de viver sempre do mesmo modo: alçando vôos baixos apenas para catar peixes pequenos e sobras de peixes largados pelos barcos de pescadores.

Todos o achavam esquisito e não compreendiam suas idéias. Gaivotas são desengonçadas, tem asas grandes, são grandes demais, mas Fernão não se importava. Acreditando em si mesmo, estudava técnicas de vôo para aperfeiçoar-se. O que Fernão não compreendia, era porque os outros do bando não tinham o mesmo interesse e se contentavam com a mesma vida de gaivota e ao questionar esse comportamento, começou a incomodar tanto o bando, que foi banido por ser inadequado para o convívio em sociedade.

A partir desse livro, também foi feito um filme.
Com a mensagem que fala sobre a sociedade humana, dogmas, doutrinas, regras e uma busca por algo a mais.

Conheço algumas pessoas comparáveis a Fernão. Pessoas que buscam a perfeição, que tentam sempre melhorar a si mesmas e onde vivem e nunca se intimidam com a opinião criteriosa de outras pessoas. Pessoas que gostam de inovar, de experimentar novas sensações, de tentar chegar ao limite e depois descobrir até onde podem ir.
E ainda que essa busca signifique bater de frente com pessoas, regras e nadar mesmo contra a correnteza, essas pessoas não desistem.
Pessoas ‘JosephClimberianas’.

Eu costumo dizer, que Richard Bach tem uma forma inusitada de tocar a alma das pessoas.
Fernão Capelo Gaivota não é uma simples estória e sim um mergulho cego além do imaginário.
A idéia de que precisamos fazer o máximo com as nossas vidas para torná-la algo digno, é a mensagem que paira em todo o texto.

A nossa vida é pautada como no livro e ao terminar a leitura eu proponho que você avalie se está vivendo no piloto automático, acomodado pela rotina e aceitando regras que não gostaria de aceitar por simples costume. E se por acaso você se reconhecer entre as outras gaivotas do bando, questione-se se não é o momento de tentar voar mais alto e fazer o que julga certo.
Se Fernão conseguiu, porque você não?
Afinal:


“Vê mais longe a gaivota que voa mais alto”

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Carolina! Na verdade se chama Ana Carolina e não gosta de ser chamada de Ana. Não revela a idade, mas todo mundo diz que aparenta bem menos. Fotógrafa e estudante de Jornalismo. Mudou de área depois de anos insatisfeita com a profissão. Carioca, apaixonante e implicante. Carinha de 8, espírito de 80 anos. Chata, mal humorada e anti-social. Gosta de rimas simples, de frases bobas e é viciada em café. Na vida passada foi um gato tamanha preguiça. Tem mania de ter manias, coleciona coisas inúteis e acha ridículo isso de falar de si mesma em 3º pessoa.

 
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