Num dia, verborragia. No outro, escassez de palavras.
De palavras, apenas. Porque o sentimento me inunda. Faz de mim morada.
E em todo canto, algo me cutuca pedindo pra ser escrito. Traduzido.
O que é feito dos textos que não tenho tempo de escrever? E dos que não consigo expurgar?
Seriam eles a obra prima da minha vida? Retornarão um dia à casa da minha imaginação?
Aquieta-te alma minha. Aquieta-te que os bons versos têm asas e só pousam onde querem.
Sou página em branco, ofereço-me inteira. Transcreva-me recalcada, re-sonhada.
Arquitete-me, construa-me, destrua-me.
Coma-me na ferrugem do verbo, mate-me no contexto da prosa, na conclusão do texto.
Num dia, ansiedade. Páginas e mais páginas escritas.
No outro, silêncio.
Eu mantenho a calma. Aprendo que a poesia está em toda parte.
Até mesmo em sua ausência.
Tem muito verso madurando pra ser colhido.
Mãe natureza sabe das coisas. Paciência também é poesia!
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