9.8.11

N2O

Desconheço a autoria


Peso uma tonelada. E nem sei porque, não sei o que de tão pesado tenho aqui dentro. Acordo todo dia exausta de carregar tanto peso. Dou passos lentos, pois tenho a sensação de que irei afundar a calçada se ir mais rápido. Às vezes acho que estou diminuindo de tanta coisa nas minhas costas, que passarei a andar curvada, aquela curvatura que tem os derrotados, os medíocres, os medrosos. É tão mais fácil se esvaziar se a gente soubesse de onde vem tanto peso. Eu vejo pessoas leves andando na rua, daquelas que muitas vezes pesam muito, mas olhando você acha que levitam. Cheias de gases só pode. Daquele gás do riso. Porque riem de tudo, como se vivessem dentro de uma bolha cor de rosa que flutua. E eu aqui só cheia de concreto. Pois quando começamos, mesmo que involuntariamente, a realmente enxergar as coisas é difícil continuar leve, o abstrato vira concreto e concreto é cimento. Tanto cimento assim jogado em você te endurece, te pesa e te faz perder o poder de ser leve. Quando foi que comecei a enxergar coisas que não enxergava antes. Porque raios a gente tem que abrir os olhos nessa vida medíocre que a gente leva? Quem foi que disse que ser realista é bom? Bom mesmo é achar que a camada de ozônio não acaba nunca, que Papai Noel existe, que chocolate diet não engorda, que mercúrio cromo cura tudo, e que mertiolate arde, mas é melhor. Alias hoje nem mertiolate arde mais. Acho que tem tanta coisa que nos faz arder inteira que quiseram aliviar nesse lado, já se pode curar os ralados sem dor. Mesmo que você queime por dentro. Eu sinceramente preferia quando mertiolate ardia por fora e eu era brisa por dentro... Cheia daquele gás do riso que não consigo lembrar o nome, mas com certeza sabia, quando era eu que flutuava por ai, pensando porque essa gente toda vive curvada...



Texto descaradamente roubado da Jana, amiga querida que escreve o blog Entre-tantas eu Estava salvo aqui no pc e não aguentei, tive que postar. Não pedi nem autorização, mas a Jana não briga comigo não. Estou certa disso hahaha Roubo, mas dou os créditos - sempre =P



Jana, não tenho mais o link direto desse texto especificamente.
Porque você sabe, né? Eu tenho um monte de textos seus salvos aqui comigo.
É muita identificação pra pouco blog.

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Carolina! Na verdade se chama Ana Carolina e não gosta de ser chamada de Ana. Não revela a idade, mas todo mundo diz que aparenta bem menos. Fotógrafa e estudante de Jornalismo. Mudou de área depois de anos insatisfeita com a profissão. Carioca, apaixonante e implicante. Carinha de 8, espírito de 80 anos. Chata, mal humorada e anti-social. Gosta de rimas simples, de frases bobas e é viciada em café. Na vida passada foi um gato tamanha preguiça. Tem mania de ter manias, coleciona coisas inúteis e acha ridículo isso de falar de si mesma em 3º pessoa.

 
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