"Quando aconteceu? Não sei! Quando foi que eu deixei de te amar?"
Eu não deveria, mas toda vez que escuto essa música do Nando Reis eu penso em você. Não que eu tenha deixado de te amar ou que você queira me deixar, mas o amor toma umas formas estranhas, tão estranhas, que não sei mais se 'somos o que pudermos ser ainda'. Não sei se você achou que adiando 'aquela conversa importante' se isentaria dos problemas. Não sei se a culpa é minha por reclamar demais ou se eu deveria ter insistido em conversar quando resolvi te deixar no seu silêncio. 'A gente não percebe o amor que se perde aos poucos', a gente não percebe o quanto vai se distanciando de pouco a pouco e não percebe quando já está vivendo como amigos que não se entendem muito bem ao invés de viver como homem e mulher...
Em algum momento da caminhada, você soltou a minha mão e nos perdemos um do outro. E sem notar, começamos a caminhar cada vez mais distantes - não em direções opostas, mas talvez com outra trajetória em mente. Eu, com o pé no chão... Você, com a cabeça na lua!
Talvez eu tenha frustrado alguns de seus planos engenhosos e mirabolantes com a minha mania de realidade. Talvez você tenha frustrado meus planos com sua mania de não concretização, com o seu 'amanhã ou depois' - só que pra mim, nunca existiu aquela história de 'tanto faz se depois for nunca mais'. Eu sempre quis tudo do meu jeito, porque do seu jeito não daria certo, do seu jeito era fábula e não uma história de verdade. Sinceramente, você faz tudo da maneira mais difícil e não sei como não enxerga isso. É você que complica tudo. Você me liga nos horários que sabe que estarei ocupada, você desdenha das coisas que eu escrevo, faz descaso das coisas que te ensino e ignora um punhado de coisas que faço pensando em você. Você substitui o gesto de carinho por uma piada sem graça que não cabe no momento, você fala de banalidades quando precisa falar sério, você me irrita de verdade e tem talento nisso. Eu sei que você gosta de me tirar do sério e que faz isso de propósito. Mas de uma forma ou de outra, você também tem talento em destruir alguns dos meus sonhos mais bonitos.
Não suporto essa sua mania de não conversar, de não querer resolver, de 'deixar como está pra ver como fica'. Chego a pensar que você foi se afastando não por estar trabalhando demais, mas para que eu fosse me acostumando com a sua ausência. E quando você vem todo meigo, cheio de carinhos, eu já penso que você faz isso pra esconder que está aprontando algo. Ás vezes penso em te investigar e seguir você pela rua - só pra ver o que você anda aprontando quando acha que eu não estou vendo. Mas não faço isso, justamente por não querer ver. Ou por querer ver, mas não querer acreditar que tudo o que temos possa mesmo estar chegando ao fim. Ou não, afinal, você mesmo diz que eu fantasio demais. Não sei se essa fase passa pra outra melhor ou pra outra pior. Não sei se o problema sou eu ou se é você - o fato é que existe um problema e ele é grande, muito grande. Tão grande que eu não posso resolver sozinha. E como me parece que você não quer resolver nada, esse problema que já não é pequeno vai acabar nos engolindo e vai acabar matando o pouco que ainda resta de nós.
Aliás, nem sei mais até que ponto eu posso dizer "nós".
Talvez daqui a um tempo, eu seja só "eu" e você seja só "você", sem espaço para o “nós”.
Só me resta saber, "quem vai dizer tchau"!
Update:
No fim das contas, eu que disse tchau...
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