Explico: Consegui um contrato de prestação de serviço no Teatro do Sesc e estou trabalhando com uma espécie de recepção de eventos. Resumindo porque o assunto do post não é o meu trabalho, deixo claro apenas que, com a função que eu exerço lá, posso ficar dentro do auditório e assistir ao espetáculo que estiver em cartaz.
Depois de duas semanas assistindo balé, enfim, estreiou uma peça que eu fiquei muito animada quando soube:
Otelo, de Willian Shakespeare - com Diogo Vilela.
Primeiro porque eu amo Shakespeare - segundo porque adoro o Diogo Vilela.
Enfim... vamos ao assunto do post
Um Clássico é sempre um clássico. Otelo é uma das quatro principais tragédias de Shakespeare, ao lado de Hamlet, Rei Lear e MacBeth.
Pra falar de Otelo, falamos sobre ciúme, preconceito, inveja, traição...
Otelo é um importante comandante, respeitado pelo cargo que ocupa e por liderar com sucesso a guerra entre Venezianos e Turcos pela posse da ilha de Chipre, mas que ainda assim, é tratado com preconceito por ser negro. Otelo apaixona-se pela filha de um importante senador, com quem se casa sem a permissão do sogro que renega a filha por estar casada com um negro.
Não bastasse este infortúnio, Otelo é alvo da inveja de seu alferes, Iago, que o envolve numa trama de intrigas que acaba por arruinar sua vida.
Iago odiava Otelo e por se sentir rebaixado ao cargo de alferes do mouro, concebeu um terrível plano de vingança e aproveitando-se de sua inteligência, começou a semear as sementes do mal , instigando Otelo a crer que sua esposa o traía com um de seus amigos, o Tenente Cássio.
Iago sabia que o ciúme é o mais destrutivo dos tormentos que afligem a alma das pessoas - e usou isso contra Otelo.
Como toda tragédia de Shakespeare que se preze, Otelo acaba consumido de ciúmes, e convencido pelo ardiloso Iago, mata a esposa acreditando que ela é infiel.
Ao descobrir que tudo não passava de uma armação, se mata também.
"Os ciumentos não precisam de causa para o ciúme:
têm ciúme, nada mais.
O ciúme é monstro que se gera em si mesmo e de si nasce".
- Ato III - Cena IV: Emília
~Diogo Vilela (Iago) e Luciano Quirino (Otelo) em ação
Sou notoriamente uma fã do texto de Shakespeare.
Nos palcos do Sesc, a peça é dirigida e estrelada com maestria por Diogo Vilela, que interpreta o alferes Iago enquanto o papel de Otelo é interpretado pelo talentoso Luciano Quirino.
Dizem que um ator pode ser aplaudido com louvor, quando interpreta um vilão e o público chega a sentir raiva dele por causa do personagem.
E não é por gostar do Diogo que eu falo isso, mas dá raiva ao assisti-lo como Iago. Vontade bater naquele cão invejoso hahaha.
Com um elenco muito afinado e bem estruturado, a peça, que também tem um cenário impecável, prende, cativa e emociona o publico.
E quem disser que não fica com pena de Marcella Ricca interpretando a injustiçada Desdêmona, está mentindo!
Chamo atenção também, pra interpretação de Rose Abdallah como a ama Emília, esposa de Iago. Primeira coisa que eu reparei, ainda nos ensaios, foi a potência da voz da mulher - muito importante pra quem faz teatro. Mas a interpretação dela também é primorosa - aplaudidíssima em todas as noites de espetáculo.
Entre outros nomes, o elenco conta ainda com Miguél Tihé interpretando Cássio e Reinaldo Gonzaga como Bradântio.
Hey mamãe, olha eu de Robert na foto da Estréia
"O que não tem remédio remediado está".
- Ato I - Cena III: Doge
Texto:William Shakespeare
Direção: Diogo Vilela e Marcus Alvisi
Elenco: Diogo Vilela, Luciano Quirino, Marcella Ricca, Reinaldo Gonzaga, Rubens de Araújo, Laura Prochet, Mauro Gorini, Rose Abdallah, Miguel Thiré, Marcos Damigo, Rafael Maia, Eduardo Muniz, Breno de Felippo, David Thami, Diogo Brandão e Salvatore Giuliano.
Adaptação e tradução: João Gabriel Carneiro e Leonardo Marona
Em cartaz: 13/03 a 01/06 - Qui, Sex, Sab e Dom
Horário: às 19h
Preço: R$ 6 (comerciários), R$ 12,50 (estudantes, idosos), R$ 25.
Classificação Etária: 16 anos
Teatro SESC Ginástico
Av. Graça Aranha - 187,
Centro - RJ
Fica a dica
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