18.5.08

Nunca Subestime uma Mulherzinha

"Eu estava lendo esse livro numa lanchonete. Enquanto esperava o sanduíche, um moço na mesa ao lado esticou o olho e provavelmente leu em letras enormes: “Você entende de homens?”, numa das páginas que eu lia. Ele me jogou de volta um sorrisinho... Aí me deu vontade de mostrar a capa e apontar o nome da Clarice. Acabei não fazendo isso. Sorri amarelo de volta. Mas, de alguma forma, não me senti uma mulherzinha comum. Sabe por quê? Porque alguém como Clarice Lispector também era uma mulherzinha. E das boas!"
~Fernanda Takai




Foi indo pra Porto Alegre. Meu medo de me atrasar e perder o vôo foi tão grande, que acabei chegando cedo demais no aeroporto.
Vôo confirmado, check-in feito, mala despachada e algumas preocupações a menos.
Tempo suficiente pra tomar um Capuccino com pão de queijo e torcer pro tempo passar logo.
Só que, como o tempo de quem espera nunca passa rápido, fiquei passeando pelas lojas do Galeão! Como o de costume, eu não posso ver uma livraria sem entrar, investigar as prateleiras, garimpar preços...

Pois então, já que estou me alongando demais na descrição inicial, estava olhando os livros de autores nacionais sem nenhuma intenção de comprar qualquer um que fosse (pára de rir, é sério, eu juro!) quando vi o título "Nunca subestime uma mulherzinha".
Na hora pensei: "o que esse livro de auto-ajuda está fazendo aqui?" e peguei pra ver.
Caí do salto (e olha que eu estava de all*star) quando vi o nome da autora: Fernanda Takai.
"Ué, mas ela não é cantora?" - e escritora também, acabei por descobrir que ela também é colunista do Correio Braziliense e O Estado de Minas!

Dei uma lida rápida, assim por alto, em algumas páginas e não resisti!
Comprei!
Quando cheguei em Porto Alegre, já estava em mais da metade do livro - ótimo, me desconcentrei do tempo de espera e a viagem passou mais depressa!
Eficientes essas crônicas da Fê.
(engraçado, a gente vai lendo Fernanda Takai e já se sente íntimo)

Traçando um paralelo, sempre gostei muito do trabalho do Pato Fu.
Quando conheci, não conseguia comparar com nada que eu já tivesse ouvido.
Porque as músicas tem aquele tom de inocência, aqueles ritmos incomuns, arranjos diferentes e ousados, passa uma leveza, a voz dela passa uma calma...

Tem pouco tempo que eu ouvi o cd solo da Fernanda Takai, chamado "Onde brilham os olhos seus", que são regravações de músicas de Nara Leão, mas não tem nada de bossa nova.
Achei tão lindo, recomendei a todo mundo que eu conheço e sei que gosta do Pato Fu. Destaco a gravação de "Diz que fui por aí" e "Embaixo dos caracóis" - simplesmente o máximo!

E agora, não muito diferente, estou encantada com o livro, pela simplicidade que a autora cria seus contos, crônicas, inventa cenários e leva o leitor pra mais perto do que ela quer dizer.
Intimista, sim, por isso a gente acaba se sentindo meio íntimo da autora!
Eu sempre me encanto com quem consegue falar de coisas simples e de maneira simples.
E esteja falando de futilidades, percalços do dia-a-dia, confusões, lembranças ou cotidianidades, Fernanda consegue com maestria!
O livro parece que dá uma quebrada na camada acinzentada que vivemos e coloca um pouco de colorido no dia.
E mais, por ser um livro de crônicas/contos rápidas/rápidos, é bem fácil de ler, até mesmo por quem não gosta muito de ler ou vive com pressa indo de um lado pra outro.

Recomendo para homens, mulheres e mulherzinhas!


Um última observação que eu faço, (e essa é ligada diretamente aos fãs do Pato Fu) é que durante a leitura do livro, para quem está acostumado a ouvir as músicas da Fernanda, quase é possível ler as crônicas ouvindo a voz suave dela lendo pra você!
No fim das contas, na última página, dá aquele gostinho de "quero mais".


Fê, quando sai o próximo?




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Carolina! Na verdade se chama Ana Carolina e não gosta de ser chamada de Ana. Não revela a idade, mas todo mundo diz que aparenta bem menos. Fotógrafa e estudante de Jornalismo. Mudou de área depois de anos insatisfeita com a profissão. Carioca, apaixonante e implicante. Carinha de 8, espírito de 80 anos. Chata, mal humorada e anti-social. Gosta de rimas simples, de frases bobas e é viciada em café. Na vida passada foi um gato tamanha preguiça. Tem mania de ter manias, coleciona coisas inúteis e acha ridículo isso de falar de si mesma em 3º pessoa.

 
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