27.12.08

O Novo Ano Novo - de novo


Tomara que a gente consiga...

Acaba de ser lançado no mercado mais um ano novo, com as mesmas características dos outros anos novos:
Chega pontualmente no dia 1º de janeiro e vem cheio de promessas e esperanças.
Tem o mesmo comprimento e a mesma largura: 365x12.
Vem como todos os outros, com os mesmos defeitos de fabricação:
Apenas um domingo por semana.
Sem contar com a maioria dos feriados, colocados levianamente bem no meio das semanas – e não se aceitam reclamações.
Apesar de tudo tem exatamente um ano de garantia, às vezes parece mais, às vezes menos.
É um ano bastante acolhedor, com capacidade para abrigar toda a população do mundo, inclusive a que vai nascer.
Seu slogan para o consumo é o mesmo que vem sendo utilizado com sucesso desde o início:
"FELIZ ANO NOVO"
Se não der certo vem outro aí.


Crônica de Leon Eliachar
(e eu já postei isso antes)



Ia ter um post de Natal - e eu fiquei sem idéias (leia-se preguiça) de escrever.
Mas post de Ano Novo, não ia ter mesmo! Post de retrospectiva então, nem pensar!
Até existem coisas que merecem ser lembradas, mas existem muitas que não valem a fadiga!
E no mais, as coisas boas eu guardo comigo. As ruins ficarão junto com 2008: no passado!
Não vejo a hora de 2009 começar logo! É a ansiedade pelo novo, sabe? É o recomeço, são as novas espectativas, os novos planos, o cheiro de novidade pairando no ar...
Engraçadamente* 2009 não começa que nem aquela música dos Engenheiros do Hawaii que diz: "o último dia de dezembro é sempre igual ao primeiro de janeiro".
Pelo menos pra mim, 2009 tá com um aspecto de renovação! E é disso que eu estou gostando...

Bom, Feliz Ano Novo, Boas Festas, Tudibão e blablabla
(não, eu não vou fazer a piada do "boas entradas")

7.12.08

Um Taxi...


We♥It
Tem espelho no seu rosto de neve, Nem menina, nem mulher... 
 É uma típica manhã de verão, o sol ainda não nasceu e eu mal consigo me mexer na cama. Levanto devagar e sinto o chão gelado nos pés quentes. Acordo. Desço as escadas, vou até a cozinha e tomo um copo d'água fresco. Olho o relógio: "não vai dar tempo de tomar café de novo". Pego a toalha, vou para o banheiro, escovo os dentes e tomo um banho gelado. Acordo, definitivamente. Saio do banheiro enrolada na toalha, molhando o chão e as escadas enquanto volto pro quarto. Olho desolada para a cama ainda com cheiro de preguiça e moleza. Respiro fundo e separo as roupas pra passar. Penso que poderia me poupar dessa tarefa se a fizesse antes de dormir. Me visto sem vontade e penteio os cabelos quase sem capricho. Passo um perfume, um batom e coloco os óculos escuros pra disfarçar as olheiras. Pego a bolsa, saio de casa e tranco a porta da sala. Na rua, ainda não começou a amanhecer, é horário de verão e o sol ainda não nasceu. Me arrasto até o ponto de ônibus onde outras pessoas esperam a condução. Olho para a cara deles, não parecem muito mais felizes que eu. Parecem cansados e indispostos - tanto quanto. Dou bom dia apenas a quem me cumprimenta e deixo a mente vaguear á vontade - apesar do corpo desperto, a mente ainda dorme. O sono ainda me espelha miragens aos olhos. Se eu respirar fundo esqueço essa paisagem de subúrbio e quase me sinto em beira-mar. O vento quente do asfalto quase se transforma na brisa fresca que vem do mar. Abro os olhos e só vejo carros passando. Suspiro pessimistamente e o ônibus passa lotado. O segundo, lotado em dobro. O terceiro nem ameaça parar. Espero já sem paciência, olho no relógio: "hoje vão cortar meu ponto de novo" - mas quem se importa? Ninguém se importa se você chega 5, 10, 30 minutos atrasado. Se eu corresse... Não. Não corro. Falta vontade, falta disposição, falta... O que falta? Volto a pensar na minha cama. Ela estava tão gostosa, tão confortável... Porque eu levantei mesmo? Ah é, a condução que vem chegando, virando a esquina... Ué? Que esquisito, mudaram as cores, as luzes, as poltronas estão mais confortáveis, as cortinas estão fechadas e não consigo abri-las, parecem costuradas umas nas outras, ambiente em meia luz propício pra tirar um cochilo, não me cobraram a passagem, me ofereceram um cafézinho... Que cara esquisito, nossa como é magrelo, deve ser anoréxico, ninguém é magro desse jeito... Sinto os olhos pesados, um sono incontrolável, acho que vou acabar dormin... do! Dormindo? Eu dormi? Quanto tempo eu dormi? Não vejo mais o cara magrelo, devo estar no ponto final porque parece que estamos parados. Que esquisito, uma falta de ar repentina. Tá tão frio aqui, deve ser o ar condicionado. Levanto com certa dificuldade de manter os pés no chão e me dirijo á porta de saída. Agora tudo faz sentido, eu peguei a condução errada. É, parece que hoje vou faltar ao trabalho mais uma vez. Respiro fundo e aproveito para dar um passeio. Essa segunda feira não tem nada de muito estranha nem de muito incomum. Apenas peguei a condução errada. 

Carolina! Na verdade se chama Ana Carolina e não gosta de ser chamada de Ana. Não revela a idade, mas todo mundo diz que aparenta bem menos. Fotógrafa e estudante de Jornalismo. Mudou de área depois de anos insatisfeita com a profissão. Carioca, apaixonante e implicante. Carinha de 8, espírito de 80 anos. Chata, mal humorada e anti-social. Gosta de rimas simples, de frases bobas e é viciada em café. Na vida passada foi um gato tamanha preguiça. Tem mania de ter manias, coleciona coisas inúteis e acha ridículo isso de falar de si mesma em 3º pessoa.

 
Expresso pra Dois © Todos os direitos reservados :: Ilustração por Rafaela Melo :: voltar para o topo