7.2.10

Eu? Foliã?

Bloco de rua Gigantes da Lira - Foto retirada do Flickr

É carnaval, hora de tirar aquela fantasia do armário e ir para a avenida. Em todas as esquinas é possível ouvir tudo que é tipo de samba e marchinhas de carnaval. Todo mundo sabe a programação de, pelo menos, dois blocos de rua, nem que sejam os mais famosos.
Na tv só se fala nisso, nas rádios só tocam samba, a cidade transpira folia. Tem gente, que passa o janeiro inteiro se preparando pro carnaval. Trata de malhar, fez dieta, vai pra praia pegar um bronzeado e passa horas pensando no que vai vestir, o que vai fingir ser dessa vez. Você tem a obrigação de se divertir no carnaval. Gostando ou não de folia, você não consegue não notar a bagunça ao seu redor. A não ser que você viaje pra serra, pro mato, pra roça, pra uma cidade pacata... Se você ficar em casa, não deixe que saibam ou alguém vai dar um jeito de te enfiar numa fantasia, grande ou pequena demais pro seu corpo, (no carnaval vale tudo) e te arrastar para alguma folia.
E são quatro dias de bagunça, de pessoas se agarrando sem nem perguntar o nome, porque de tão bêbado, o outro já esqueceu como se chama. Você é obrigado a estar feliz e saltitante, mesmo achando que tudo em volta está uma bosta, que seus amigos não entendem sua fobia social e que você está a quase uma hora procurando um maldito banheiro e não acha. Mas mau humor não é permitido, se não alguém te dá um banho de cerveja pra você esfriar a cabeça. Você precisa sorrir e fingir que acha normal que alguém saia na rua vestido como aquele cerumano, que você não sabe se é homem ou mulher, na fila do banheiro.
Nem todo mundo tem vocação pra folião. Nem todo mundo quer pular no bloco dos animados. Eu não tenho obrigação de vestir fantasia. Nunca me lembro de lavar a sua fantasia de bom moço cheirando a mofo ou espanar a minha fantasia de foliã animada e minha máscara de moça direita.

A merda não é gostar ou deixar de gostar. A merda é apenas aceitar!

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Carolina! Na verdade se chama Ana Carolina e não gosta de ser chamada de Ana. Não revela a idade, mas todo mundo diz que aparenta bem menos. Fotógrafa e estudante de Jornalismo. Mudou de área depois de anos insatisfeita com a profissão. Carioca, apaixonante e implicante. Carinha de 8, espírito de 80 anos. Chata, mal humorada e anti-social. Gosta de rimas simples, de frases bobas e é viciada em café. Na vida passada foi um gato tamanha preguiça. Tem mania de ter manias, coleciona coisas inúteis e acha ridículo isso de falar de si mesma em 3º pessoa.

 
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