4.3.11

Tempo de mim



Você aí com essa sua boca fechada, sem dizer nada, com essa cara de quem quer falar apenas com o olhar. Você aí com seus planos infalíveis. Seus sonhos de ser o dono da rua. Da lua. De mim. Você aí com essa cara de criança que não ganhou doce. Essa pose de indignação quando me recuso a "obedecer" os seus desejos. E você aí, com essa careta de homem sério. Como se fosse me convencer nas suas palavras tão vazias de sentido. Respira fundo e revira os olhos. "Não tem jeito de discutir com você". Não, não tem mesmo e você sabe tão bem disso que não deveria mais tentar. Baby, você precisa mesmo ler na minha camisa pra saber? E quer saber mais? Eu posso fazer exatamente o que você deseja, sem que você precise pedir. Basta não mandar. E eu vejo você aí, parado de braços cruzados... Tão bonito. Tenho vontade de chegar e te obrigar a abrir os braços. Fechar em mim. Você com esse pescoço perto da minha boca. Você aqui, perto demais para me ouvir sussurrar. Você aí com essa boca fechada, prendendo o sorriso que vou te obrigar a soltar depois que eu não deixar você dizer mais nada. Percebeu como você não precisa me olhar sempre de tão longe?
Aprende, moço... Aprende que ainda é tempo de mim.


*desconheço autoria da foto

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Carolina! Na verdade se chama Ana Carolina e não gosta de ser chamada de Ana. Não revela a idade, mas todo mundo diz que aparenta bem menos. Fotógrafa e estudante de Jornalismo. Mudou de área depois de anos insatisfeita com a profissão. Carioca, apaixonante e implicante. Carinha de 8, espírito de 80 anos. Chata, mal humorada e anti-social. Gosta de rimas simples, de frases bobas e é viciada em café. Na vida passada foi um gato tamanha preguiça. Tem mania de ter manias, coleciona coisas inúteis e acha ridículo isso de falar de si mesma em 3º pessoa.

 
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