26.12.07

Press start to begin


A vida é um jogo! Play it!

E então, eu falando [anham, muito experientemente] sobre relacionamentos com uma amiga, disparei uma frase que eu sempre falo: "já passei dessa fase" e o que ela me respondeu "mas eu não sei quantas fases vou passar", me deixou com um peso esquisito na frase que eu disse.

Eu também não sei por quantas fases vou passar, mas sei por quais já passei - isso é um fato inegável.
O engraçado é pensar que as fases nunca vão terminar, porque o término de uma fase é sempre o inicio de outra.
Cara, a vida não é como no videogame. Embora ela, a vida, também tenha um game-over.

Mas falando em fases, se jogamos num nível muito mais alto do que o nosso conhecimento, a gente se estressa porque não consegue ir adiante.
Se jogamos num nível bem mais baixo e passar para a próxima etapa fica fácil demais, o jogo fica monótono
Se a gente demora demais pra passar de fase, o jogo fica chato.
Eu estou aqui pensando, que se a vida fosse um videogame, eu estaria pulando algumas fases mais chatas com macetes, sem pegar os bônus escondidos nos caminhos, passando rápido demais por fases importantes e devagar demais por fases mais simples e enjoadas.

As fases, as etapas, os momentos...
Ciclos viciosos interligados que talvez não tenham fim!

Os ciclos são as etapas que se iniciam quando as que a antecedem terminam - isso é o que não tem fim.
As etapas não, todas elas tem um final.
E isso é bem lógico de se entender, todo capitulo chega ao fim e se não é o capitulo final, logo abaixo tem outro. Quando é o capitulo final, bem, aí é o fim do livro.
Como no game-over do jogo.

Esse fim de etapa pode ser uma decisão que precisava ser tomada, pode ser o término de uma relação, a morte ou o nascimento de um sonho, uma palavra mais rude ou uma palavra mais doce, pode ser uma porta que se bate ao passar, uma janela que se abre quando as portas foram trancadas, um reencontro, uma despedida...
Seja lá o que for, cada um tem o inicio ou o término de ciclo que lhe apetece, o que importa de verdade, é saber quando é hora de subir para o próximo andar e quando é o momento de esperar pelo elevador.
Mas se você preferir ir de escadas, lembre-se que você precisa subir um degrau de cada vez!

Passar de fase, muitas vezes, pode parecer a coisa mais terrível a se fazer, mas depois você vai perceber o quanto o jogo da vida fica monótono se você ficar sempre no mesmo lugar.
Você precisa aprender a passar pelas mais difíceis para ver um "you win" na tela ao invés do "you lose" que você vai ver se ficar parado.


Algumas etapas encerram-se sozinhas. Quando você menos esperam, acabaram-se e você fica se perguntando como foi que isso aconteceu.
Provavelmente, foi a etapa de outra pessoa, na qual você estava envolvida, que acabou e acabou com a sua etapa junto, te deixando atônito com o inesperado. Nesses casos, você pode ficar parado pensando em se *jogar da pedra mais alta* até entender onde foi parar o chão que estava em baixo dos seus pés.
Seria mais fácil se você compreendesse as coisas de uma maneira mais ampla. Como se todas as pessoas do mundo estivessem escrevendo um livro e precisassem encerrar cada uma seus próprios capítulos. Assim, não há mal nenhum se alguém que escrevia algo sobre você encerrar aquele capítulo, porque você ainda tem muitas paginas a escrever. Mas é importante que você saiba, que mesmo que você possa re-ler seus capítulos quantas vezes quiser, eles já passaram, já foram escritos, já estão prontos, acabaram...
Você não pode re-vivêlos e re-escrever não é a mesma coisa.
As paginas precisam ser viradas!


Eu uso essas metáforas para que você me entenda, porque se eu for direta, você pode não visualizar tudo que estou querendo te mostrar.
Eu levei muito tempo para descobrir que a gente só inicia um novo ciclo quando tem consciência que encerrou outro, quando aprende a deixar o que é do passado no passado e olha para o presente, pensa no futuro, segue em frente...
Eu precisei destruir castelos, desfazer sonhos, aceitar acontecimentos, engolir fracassos, me desfazer de recordações, lembranças, tranqueiras e coisas inúteis... E isso que é o mais difícil!
No entanto, com a limpeza que se faz, tudo volta a parecer aconchegante e de repente você nota que tem espaço para coisas novas que antes não saberia onde colocar. Percebe que um vaso de flores combina perfeitamente com aquele espaço sobre a mesa e de pouco em pouco você vai decorando sua alma, enfeitando o espaço que tinha ficado vazio pelas coisas que você deixou em outro momento da sua vida.
Nesse momento, e só nesse momento, você percebe que está em outra fase, que o ciclo da sua vida deu mais um giro.


Termine seus capítulos, mude seu jogo e passe de fase!
O controle está nas suas mãos.
Press any key to continue and…

Play it!


E óbvio, com isso eu estou querendo dizer, nas entrelinhas, Feliz Ano
Novo
Novos Ciclos, novas páginas e novos jogos para vocês
E que 2008 seja,
simplesmente, perfeito!
Nos vemos lá...


20.12.07

Encontro


Minha xícara de Expresso já esfria na mesa enquanto a cabeça pensa implosividades.
Impulsividades já tiram meu sono e eu não preciso de mais insônias do que as que eu já tenho.
Antes de fechar os olhos, eu era resposta das perguntas que não me faziam.
Hoje, eu tenho um milhão de perguntas não respondidas. Um arquivo enorme e empoeirado de perguntas catalogadas por letra, motivo e data. Muitas que eu gostaria de te fazer e mais um monte que eu queria fazer a milhares de pessoas no mundo – nesse e nos outros que eu ainda não conheço.
E é uma lista enorme de teorias, possibilidades e questionamentos – coisas que eu gostaria de saber e ainda não sei.
Já faz algum tempo que eu havia prometido parar de fazer perguntas sem sentido e perguntas que ninguém sabe a resposta.
E faz ainda mais tempo, que as perguntas que eu fazia não passam mais pela minha cabeça: cederam lugar a outras perguntas.
A minha mente borbulha com milhares de respostas para perguntas que não me fizeram e nenhuma delas serve para as perguntas que eu quero fazer.
Talvez algumas perguntas tenham nascido para não serem respondidas.
Ou talvez seja como você me disse, talvez eu precise apenas continuar procurando.
Às vezes, um carinho pode doer.
E se você estiver por perto, posso recriar a realidade sob um novo prisma de aprazimento.
Mas se eu esquecer o motivo desse renascimento, então tudo é dor.
Tudo é descontentamento e solidão.
E a verdade, aquela que me descreve a realidade que eu vivo, dói na alma ao preço de uma não realização.
É essa dor que eu ainda não aprendi a ter.
Continuo pensando comiserações nas frestas dessa espera.
E esse silêncio que me chegava de soslaio, já está aos gritos dentro de mim!
As luzes da noite que chega sorrateira, começam a ofuscar a esperança que havia acendido sobre a minha cabeça.
É uma chama que vai se apagando – como se de repente começasse a ventar e eu só tivesse velas ao invés de lâmpadas.
Acho que chegarei aos 90 anos sem ter respondido as perguntas dos 20 e tantos minutos em que este café esfria na minha mesa.
Mas me ocorreu, que eu talvez não precise de tantas respostas.
Talvez a liberdade esteja escondida atrás da comodidade de não precisar de respostas – de responder sem precisar falar, quem sabe com um olhar...
Eu insisto que não sou mais a mesma resposta das velhas perguntas.
Eu desisto de ser a pergunta de escassas respostas.
Talvez eu precise ser a ação ao invés da reação.
O ato ao invés do fato, o tato, as mãos, o gosto...
O gosto que eu gosto do cheiro que eu cheiro.
E ser a mulher do homem que eu amo...
O Expresso já esfriou e minha mente continua esquentando na proporção do teu atraso.
Antes, eu era uma pontuação. Hoje eu sou a frase inteira, com ou sem interrogação!
A realidade por trás de algumas palavras machuca mesmo quando elas não são ditas para machucar.
E isso é culpa dos meus pés grudados no chão – eles não conseguem acompanhar a minha cabeça na lua.
Ás vezes, entre virgulas, eu não compreendo a profundidade de uma verdade, mas sinto o ecoar da volúpia que me invade quando você chega e diz aquelas palavras que eu nem sabia que queria ouvir.
E de repente, já não me importo com o café esfriando na mesa...
Vai ver que eu não preciso mais de respostas...
Vai ver que encontrei meu renascimento no agora.


d-_-b - Silêncio...

13.12.07

Pratododia

...Nem me lembro o que foi diferente


Desde segunda-feira estou querendo escrever neste empoeirado blog...
Confesso que dessa vez não foi falta de tempo e nem de vontade: foi falta de palavras! [sim, elas também me faltam]

Sem horas e sem dores...
Esse fim de semana que passou, estive em SP pro show de 4 anos do Teatro Mágico - gravação do novo DVD/CD.
E eu juro pra vocês que eu ia tentar fazer uma resenha sobre o show, mas como esse foi o fim de semana que mais mudou a minha vida [em todos os bons sentidos] eu resolvi fazer um diarinho/clichê/mimimi mesmo.
Não dá pra falar do show sem falar de coisas bem pessoais... Desculpem...


Eu poderia dizer o quanto eles estavam ótimos no palco, poderia comentar os imprevistos e as surpresas do show, poderia reclamar do tiozinho da grua que ficava na frente das minhas fotos ou comentar que a Ligia, a Gabi e o Rober [aiimm o Rober] passavam o tempo todo entre a gente pra chegar onde o tecido, o trapézio e a lira estavam montados...
Poderia comentar da energia do Anitelli - parecia que estava há dias sem cantar, estava com a voz perfeita...
Poderia falar dos músicos, do prazer de conhecer Donella e Ivan [que nunca vieram ao RJ], da disposição da trupe [os dispostos se atraem]...
Eu poderia falar da fantástica gravação de "SobreOutrosNomes" com a participação de Arnaldo Antunes...


Nota de esclarecimento: Durante anos, o Fernando Anitelli imitava o Arnaldo Antunes nessa música e dizia que o Arnaldo não sabia, mas que um dia iria participar dessa canção! Feito!

Eu poderia dizer inúmeras coisas sobre o show, mas não vou!
Primeiro, porque quem não foi, não foi - passou, não dá mais, 'perdeu preibói'.
Segundo, porque não adianta falar - só estando lá pra saber.
E terceiro, porque vai sair em DVD - claro que não se compara em estar lá, mas é um consolo. [eu acho]

Mas o principal motivo, o principal mesmo, é que eu não posso falar desse show sem pensar nas pessoas que estavam comigo.

Teve gente que marcou de me esperar e me deixou esperando na rodoviária [isso depois de 6 horas de viagem, crueldade - né Ju?]
Teve gente que eu deixei esperando no aeroporto, porque eu achei que a Ju sabia chegar lá [e não sabia]
Teve gente que me disse que não iria e que eu só vi lá dentro do show [quase tive um troço, Edu e Damasco, façunão gente]
Teve gente que me achou no fim do show, inacreditavelmente, sem conseguir falar comigo no celular! [santo poi roxo e verde]

Mas principalmente, teve uma pessoa que prometeu que ia, fez contagem regressiva, foi e fez deste, sem dúvida, o melhor fim de semana da minha vida!
Pra pular abraçado, chorar com 'aquela' música, se emocionar, dançar sem saber, errar a letra, gritar as falas, pintar [ou não] a cara, se descabelar, falar errado - mas falar o que “querer” e jurar que tudo é uma coisa só - é tudo parte da mesma emoção, da mesma magia... [uma parte que não tinha, uma peça que faltava e não falta mais]
Aí é mérito do Teatro Mágico, porque pra juntar tudo que eu preciso numa coisa só, tem que ser mais do que especial - tem que ser mágico!
Quero isso todo dia!

E digo mais, o show só foi perfeito, mágico, incrível, fantástico e mais um monte de adjetivos que não sei usar agora, por causa deles! Mais precisamente, por causa dele...
Um Anjo que veio até mim e me trouxe um sentido que não existia antes.
Sabem quando você chega numa situação da tua vida que você pensa: "nhhaammm, agora tudo faz sentido"? - isso é muito bom!
Fico pensando no que eu poderia dizer, mas descobri que nem se eu engolisse um dicionário inteiro encontraria palavras suficientes.
Fico com aquela sensação de que algumas pessoas tem o poder de transformar o dia, o espaço, o tempo e qualquer lugar em que estejam em algo de bom, necessário... RARO!
Durante o dia, essas pessoas fazem as nuvens parecerem algodão doce. E se de repente anoitecer, fazem o céu parecer de brigadeiro...
E só pra citar Teatro Mágico [ahh é, o post era sobre eles]:


"Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
Ah e o mundo é perfeito"


E se for sonho, por favor, não me acordem!
Eu tenho sorte... podem me invejar!


Carolina! Na verdade se chama Ana Carolina e não gosta de ser chamada de Ana. Não revela a idade, mas todo mundo diz que aparenta bem menos. Fotógrafa e estudante de Jornalismo. Mudou de área depois de anos insatisfeita com a profissão. Carioca, apaixonante e implicante. Carinha de 8, espírito de 80 anos. Chata, mal humorada e anti-social. Gosta de rimas simples, de frases bobas e é viciada em café. Na vida passada foi um gato tamanha preguiça. Tem mania de ter manias, coleciona coisas inúteis e acha ridículo isso de falar de si mesma em 3º pessoa.

 
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